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Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Representantes da sociedade civil e do governo que participaram da audiência pública sobre o Plano Brasil Agroecológico foram taxativos em ressaltar a importância da instituição dessa medida para os consumidores brasileiros. “É importante divulgar, valorizar e mostrar em que dimensão estamos tocando esse projeto no Brasil”, observou a deputada Luci Choinacki (PT-SC), coordenadora da Frente Parlamentar Mista pelo Desenvolvimento da Agroecologia e Produção Orgânica e propositora do debate que aconteceu na Câmara nesta terça-feira (1).
A petista lembrou que essa politica, embora necessária, não era aplicada anos atrás. “Antes não havia linhas de crédito para agroecologia, não tinha pesquisa e não tinha como fazer financiamento de sementes. Hoje temos créditos para sementes, adubos orgânicos e agroecológico nas lavoras”, destacou Luci.
A deputada salientou que uma das surpresas “extraordinárias” do programa foi que várias universidades do País passaram a adotar em seus currículos o curso de agroecologia. Além disso, ela destacou que as escolas técnicas, por meio do Pronatec, começaram a formar jovens técnicos para dar assistência ao meio rural nesse quesito.
“Isso é extraordinário porque há pouco tempo não se preparava ninguém para a agroecologia, para produzir alimento sem veneno. Os jovens saiam das universidades preparados para cultivar com veneno”, lamentou Luci Choinacki.
Na mesma linha, o deputado Padre João (PT-MG), um dos debatedores e presidente da Frente Parlamentar de Segurança Alimentar e Nutricional ressaltou que, ainda que tardiamente, o Brasil tem a comemorar. Ele questionou o modelo que avançou no País nas décadas de 70 e 80. Para ele, foi preciso sensibilidade para romper com o modelo aplicado nesses períodos.
“Hoje temos o que comemorar. Foi preciso a sensibilidade de uma mulher para propor um plano como o Plano Brasil Agroecológico. Os gritos de indignação, de esperança e sonho já vinham de muito tempo, mas não tinha eco nos governos anteriores”, lembrou Padre João. Para ele, “a diferença agora é a política do governo de avançar e levar aos indígenas, quilombolas, extrativistas, assentados, raizeiros, esse grande suporte. Ou seja, além da semente, dar assistência técnica e acesso ao crédito”.
Para Generosa de Oliveira, representante da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e Selvino Heck, secretário-executivo da Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, o Plano é fruto de interação entre governo e a sociedade civil organizada.
“É um plano que construímos com ampla participação social. É um grande mérito e o governo soube acolher os anseios da sociedade por uma agricultura limpa e sustentável”, afirmou Generosa de Oliveira.
Lançamento – O representante da Embrapa no debate, Waldyr Stumpf Júnior, aproveitou a exposição sobre o tema para fazer o lançamento do livro “Soluções Tecnológicas e Inovações”. A publicação faz parte das comemorações do Ano Internacional da Agricultura Familiar, comemorado agora em 2014.
Benildes Rodrigues
Ouça a Deputada Luci Choinacki na Rádio PT