Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) ocupou a Tribuna nesta quinta-feira (15) para fazer uma avaliação do que representou o 13 de maio de 1888. “É incontestável que a Abolição de 1888 foi um projeto inconcluso, mas importante e reflexivo para se traduzir em mudanças sociais e normativas e, principalmente, propiciar uma justa reparação para dar início ao processo de reconstrução da cidadania, ultrajada pela escravidão. Reflexo esse que ainda hoje encontra resistência quando se trata de criar políticas públicas para os afrodescendentes”, disse a petista.
De acordo com a parlamentar do PT, “durante muito tempo a propaganda oficial e o discurso da elite, a herdeira dos senhores do Engenho, tentou, inutilmente, fazer desse evento histórico um de seus maiores argumentos, como forma de defender e legitimar o mito da tolerância e democracia racial”.
No entanto, acrescentou Benedita da Silva, a própria opinião pública internacional nunca se convenceu desta propaganda, “pois o estrangeiro sabe muito bem que no Brasil o negro sempre conviveu com o fantasma da desigualdade social e racial; do extermínio, da morte por engano e da morte por resistência”.
Para a deputada petista, a Lei Áurea de 13 de maio de 1888 promoveu para a população negra do Brasil apenas uma liberdade condicional e vigiada. “Pois sabemos que na vida cotidiana, a cor do negro é sempre a prova suprema contra si mesmo, ainda que esteja estampada na sua face, a explícita e plena inocência.
A deputada Benedita da Silva conclamou a sociedade para continuar no combate à discriminação racial. “Combater a discriminação racial é rememorar o dia 20 de novembro, homenageando o herói e grande brasileiro, nosso grande líder Zumbi dos Palmares. É nele que nos inspiramos nas nossas constantes lutas. Queremos um Brasil sem ódio, livre do preconceito e feliz com a sua pluralidade. Isso faz a diferença!”, enfatizou a parlamentar petista.
Gizele Benitz
