A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou na última sexta-feira (9), um balanço com o resultado da 52ª Assembleia Geral da entidade. O documento aponta a questão agrária como um dos temas que o País precisa se debruçar.
Com o título “Igreja e Questão Agrária brasileira no início do século XXI”, o texto aponta três eixos. O primeiro aborda a situação agrária no Brasil. O segundo foca sobre a posse e o uso da terra segundo a Bíblia Sagrada. Já o terceiro item aponta os compromissos pastorais diante da questão agrária.
O presidente da Comissão Pastoral da Terra, Dom Enemésio Lazarris chamou a atenção para “os gritos ensurdecedores que brotam de tantas realidades, como os povos indígenas, os quilombolas, os pescadores, os ribeirinhos, os extrativistas”.
O conteúdo aprovado, que começou a ser debatido em 2009, faz um apelo ao poder público e à sociedade para que juntos encontrem uma forma definitiva para resolver os gargalos dessa questão.
“Acreditamos que esse documento seja apresentado aos candidatos aos governos estaduais e federal, dizendo qual é a posição da Igreja em relação à questão agrária e, sobretudo, sobre a função social da terra e da propriedade”, afirmou dom Enemésio.
A deputada Luci Choinacki (PT-SC), coordenadora do Núcleo Agrário da bancada do PT, saudou a iniciativa da CNBB em debater esse tema. Para ela, a profundidade desse debate contribui para ações que visam diminuir as desigualdades que ainda permeiam o meio rural.
“É importante a abordagem feita pela CNBB. É fundamental democratizar o acesso à terra e aos meios de produção, pois só assim será possível a partilha dos bens e das riquezas do País”, declarou Luci.
O documento foi aprovado na 52ª Assembleia da CNBB que reuniu mais de 350 bispos de todo o País, dos dias 30 de abril a 9 de maio.
Benildes Rodrigues com Agências