O líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR), elogiou o fato de o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, pela primeira vez em quase três anos, reduzir a taxa de juros básicos da economia brasileira. Entretanto, frisou que a redução da taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 13,25% ao ano, ainda é insuficiente, embora já seja um avanço.
“Espero que fique estabelecido que essa redução seja permanente, que ela aconteça no próximo mês de setembro, em outubro, em novembro e em dezembro. É isso que falta para que o empresário brasileiro, a indústria nacional, os prestadores de serviço, até mesmo a agricultura, as pequenas e médias propriedades rurais e o pequeno empreendedor possam dar passos adiante nos seus negócios, na sua coragem de investir e de empreender”, afirmou o parlamentar.
Ele voltou a qualificar como “criminosa” a política antinacional do BC de manter a taxa de juros do País como a mais alta do planeta. Para Zeca Dirceu, a prática do BC, presidido por Roberto Campos Neto, é “injustificável”, pois “impediu que o Brasil, que já está com dados positivos na economia, tivesse números e dados ainda melhores”.
Sabotagem
O líder do PT assinalou que a despeito da sabotagem do Banco Central, o Brasil, com o governo Lula, tem conseguido avanços do ponto de vista econômico e social. “O custo de vida está diminuindo, o Brasil volta a ter uma política de reajuste do salário acima da inflação, para que as pessoas não percam o poder de compra”, afirmou. “O País começa a ver um processo de geração de empregos mais robusto ocorrer mês a mês. Até mesmo as agências do dito mercado financeiro mundial, as agências de risco, começam a elevar e a melhorar a avaliação e as notas da economia brasileira”, acrescentou.
Zeca Dirceu elogiou o presidente Lula, assim como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por direcionarem críticas à estratosférica taxa de juro adotada pelo BC, a exemplo do PT e de outros partidos políticos que apoiam o governo. Zeca lembrou que há um mês líderes do PT, PV, MDB, PSD, PSol, PSB, PDT, PCdoB e Rede, mais presidentes do fórum de partidos progressistas, trataram do tema com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Eles entregaram a Pacheco uma petição em que pediram instauração de procedimento apuratório acerca da política monetária do Banco Central, cujo presidente é indicado pelo Senado.
Explicações ao Congresso
O líder petista espera que Roberto Campos Neto compareça ao Congresso Nacional em breve para falar sobre a “inaceitável e injustificável” política de juros que vem sendo adotada até agora, a qual, a despeito do corte de 0,5 ponto percentual, continua a ser a mais alta do mundo.
“A taxa de juros criminosa, a mais alta do planeta, injustificável, que, infelizmente, perdurou nesses últimos meses”, impediu que o Brasil crescesse mais, gerando empregos e renda, observou o deputado.
Para o líder petista, “a redução da taxa de juros é uma vitória do Brasil, do empreendedor brasileiro, do nosso agricultor, de quem depende de financiamento, de quem está endividado, de quem quer gerar riqueza, mas, claro, precisa ter crédito barato e por valor justo para que os seus negócios fechem a conta, possam dar lucro e o País possa expandir a sua economia”.
Em sua opinião, até o fim do ano o Brasil estará “num ritmo acelerado de crescimento econômico”, em razão das diferentes políticas públicas em execução no âmbito do processo de reconstrução nacional empreendido pelo governo Lula, com o reforço da redução maior da taxa de juros, que a seu ver deverá ocorrer.
Redação PT na Câmara