A venda de veículos novos bateu recorde em junho, alcançando 300.204 unidades, segundo dados obtidos pelo jornal Folha de S.Paulo. O último dia do mês, 30 de junho, também registrou a marca recorde de unidades comercializadas para um único dia: 24.151.
Os licenciamentos, indicador de vendas, cresceram 16,8% em junho frente a maio (256.978 veículos) e 14,7% ante o mesmo período do ano passado (256.005). No primeiro semestre outro recorde: 1,45 milhão de veículos vendidos, alta de 2,8% sobre as vendas dos seis primeiros meses do ano passado (1,41 milhão).
O mercado automotivo voltou a tomar fôlego com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) no último trimestre do ano passado, por três meses. A medida já foi renovada por duas vezes, sendo a última na segunda-feira.
O governo decidiu manter o benefício até setembro e anunciou a elevação gradual do imposto a partir de outubro, até o restabelecimento das alíquotas, em janeiro de 2010.
Para o deputado Fernando Ferro (PT-PE), “o aumento das vendas é a confirmação da solidez do mercado interno e da capacidade do país de expandir as possibilidades que vão levar a uma dinamização da economia”.
O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) também citou o bom momento do mercado interno e disse que a redução do IPI vem aliada à manutenção do poder de renda da população. “Essa manutenção de renda vem com medidas que fazem girar recursos na economia, como a valorização do salário mínimo e acordos de trabalho vantajosos para o trabalhador. Não é o trabalhador que recebe um salário mínimo que compra os veículos, mas os recursos movimentados no mercado interno são fundamentais para sustentar a economia”, afirmou.
Vendas – A prorrogação do IPI também já levou a indústria automotiva a prever um novo recorde de vendas neste ano. Antes, previa queda de 3,9% em relação a 2008, ano que teve o melhor resultado da história, com venda de 2,820 milhões de unidades.
“Se continuarmos nesse ritmo, devemos ter o melhor ano da história”, afirmou Jackson Schneider, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), durante o anúncio da prorrogação.
Segundo Fernando Ferro, esse cenário econômico é consequência da capacidade do governo de fortalecer mais a economia. “As medidas do governo nos dão a certeza de que vamos superar o momento de crise internacional”, disse.
O governo decidiu pela desoneração tributária para estimular a economia e evitar demissões na indústria a automotiva. Em troca, o governo abre mão de uma parte da sua arrecadação. Entre janeiro e maio, a isenção teve um impacto de R$ 1,75 bilhão. Para o segundo semestre, a previsão é de mais R$ 1,4 bilhão em perda de receita.
Gabriela Mascarenhas com Agências