O líder do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (PT-PE), defendeu na quarta -feira (3), em Plenário, a preservação da caatinga que está sob ameaça e deixando em alerta a região nordeste. “A caatinga é para nós nordestinos, uma área de extrema importância enquanto espaço de geração de renda e riqueza, que não pode sofrer a devastação que sofre neste momento. Esse bioma é 100% brasileiro, tem características muito particulares e sofre um processo de devastação semelhante ao bioma amazônico”, disse Ferro.
O líder petista alertou para o risco que corre o bioma. “O bioma caatinga tem fauna e flora riquíssimas e capacidade de recomposição impressionante. A fauna diversa e a flora da caatinga são produtoras de uma variedade muito grande de fármacos, utilizados historicamente pela cultura do povo nordestino, e que tem grande potencial a ser desenvolvido. Se não inibirmos o desmatamento, todo este conjunto está ameaçado”, disse Fernando Ferro.
Na abertura do I Encontro Nacional de Enfrentamento da Desertificação (IEned), que ocorreu nas cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) o deputado Zezéu Ribeiro (PT-BA) também defendeu a inclusão das PEC do Cerrado e da Caatinga (115/95) e da Revitalização do São Francisco (150/02) na pauta de votações da Câmara. O assunto já havia sido discutido com o presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP) durante café da manhã com a bancada do nordeste, na semana passada.
O I ENED tem o objetivo de pactuar compromissos entre os tomadores de decisão para a agenda da desertificação em todas as esferas da sociedade brasileira que foi aberto pelo ministro Carlos Minc. O ministro voltou a defender que metade dos cerca de R$ 1 milhão anuais do Fundo Clima serão destinados ao Nordeste, para serem aplicados em programas de adaptação e redução de emissões. O Fundo está em processo de regulamentação no Congresso.
No encontro, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc informou que o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste do Brasil devem apresentar no encontro de Petrolina algumas sugestões importantes para o semiárido. Ele revelou que o Banco do Nordeste deve lançar proposta de um Fundo Caatinga, nos moldes do Fundo Amazônia, que aplicará recursos com condições especiais para atividades de valorização sustentável do bioma. Já Banco do Brasil lançará um fundo de combate à desertificação.
De acordo com os dados do desmatamento na Caatinga, entre 2002 e 2008, o bioma teve 16.576 Km2 de seu território destruído. Segundo Minc, a causa principal de destruição do bioma está ligada à extração da mata nativa para fins energéticos destinados aos pólos gesseiros e cerâmico do Nordeste e até ao setor siderúrgico de Minas Gerais.
Equipe Informes
