Foto: Gustavo Bezerra
Em pronunciamento na tribuna da Câmara, nesta quarta-feira (12), o deputado Fernando Ferro (PT-PE) disse que o Brasil se depara constantemente com processos de sonegação e evasão fiscal como forma de evitar o recolhimento da contribuição. Para ele, essa é uma prática recorrente da população mais rica do País. Para coibir tal prática, o petista defendeu a imediata reforma tributária com tributação dos detentores de grandes fortunas.
“No Brasil, lamentavelmente, nós não temos tributos justos, e devemos trabalhar para isso, para fazer uma reforma tributária com mais rigor e com mais justeza social, porque é assim que funciona uma democracia, em que os que mais ganham evidentemente possam e devam pagar mais impostos”, defendeu Fernando Ferro.
De acordo com o deputado, o Brasil não tem carga tributária de padrões elevados. Segundo ele, o que existe é uma carga tributária injusta. “Esse é o debate que nós temos que fazer. De uma reforma tributária que tribute grandes fortunas, tribute quem tem recursos e, efetivamente, coloque a responsabilidade social e tributária distribuída em toda a sociedade”, afirmou.
O petista disse ainda que é “irônico” ver que aqueles que criaram o “impostômetro” são os que mais sonegam. “Grupos de ricos neste País criaram um impostômetro. Nós deveríamos criar um sonegômetro para identificar os que não pagam impostos. São esses que não têm compromisso com a qualidade da vida e com a justiça social e tributária da nossa nação”, frisou.
Fernando Ferro lembrou também que dados sobre paraísos fiscais revelam que mais de US$ 250 bilhões saem do Brasil e são depositados nesses paraísos. De acordo com Ferro, esse montante deveria ser aplicado e pagar imposto no Brasil. No fundo, explicou, revela uma grande sonegação fiscal.
Para o deputado, a injustiça tributária e a má gestão dos tributos são temas que a Câmara deveria debruçar sobre elas. Ele queixou-se da ausência do debate sobre essas questões no Congresso Nacional. “Esses temas deveriam ser a fonte do debate na Casa. Mas aqui não há um debate sobre questões que dizem respeito ao maior equilíbrio entre a renda da população no País”, lamentou.
Benildes Rodrigues