O deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) solicitou na sexta-feira (3) que o governo dos Estados Unidos apure a existência de fraude na solicitação de um novo visto de turista feito por Jair Bolsonaro (PL) para permanecer no país. O parlamentar requereu que o ex-presidente de extrema direita seja denunciado à Unidade de Prevenção a Fraudes e ao Departamento de Segurança Interna do Estado norte-americano, órgãos encarregados de apurar esse tipo de fraude.
Reginaldo, em ofício encaminhado à embaixada dos EUA em Brasília, observou que Bolsonaro é alvo de “inúmeras investigações, denúncias e processos” na Justiça brasileira e na esfera internacional, no Tribunal Penal Internacional, em Haia, na Holanda. Ofício com o mesmo teor foi encaminhado à embaixada brasileira em Washington.
Ele assinalou que Bolsonaro fez uma palestra em Orlando (EUA), com indícios de que o ex-ocupante do Planalto quer “realizar atividades profissionais, remuneradas durante sua estadia, e não apenas atividades turísticas, como supostamente requer no processo de obtenção de visto de turista”. Essa palestra chegou a ser cobrada e os ingressos custavam entre US$ 10 e US$ 50, conforme publicado pela imprensa.
Também observou que Bolsonaro teria declarado não ser a favor da vacina contra a Covid-19, e pode não tê-la tomado. A comprovação de vacinação completa, no entanto, é requisito para o ingresso de cidadãos comuns no país.
“Parece claro que a grande motivação para permanecer em território norte-americano é o intuito de fugir das gravíssimas investigações e processos que correm contra ele, por isso 41 membros do Congresso dos Estados Unidos da América pediram que seu visto fosse revogado , após os ataques de seus seguidores às instituições democráticas brasileiras”, disse o parlamentar no ofício.
Nos EUA, nove políticos do Partido Democrata apresentaram no Senado americano uma resolução pedindo ao presidente Joe Biden a análise dos pedidos de extradição de ex-autoridades brasileiras investigadas nos inquéritos dos atos golpistas em 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram o Congresso, o Planalto e o Supremo Tribunal Federal.
Mudança no visto
Bolsonaro viajou aos Estados Unidos em 30 de dezembro com um visto A-1, frequentemente reservado a diplomatas e chefes de Estado. A permissão perdeu a validade no fim de janeiro. O documento expirou porque, de acordo com as regras vigentes nos EUA, portadores de vistos diplomáticos que deixam o cargo devem submeter pedidos de permanência em até 30 dias. Dessa forma, como Bolsonaro perdeu o mandato em 1º de janeiro, ele teve de preencher um formulário e enviá-lo à Divisão Diplomática do Governo até o dia 31 deste mês.]
Leia a integra dos dois ofícios:
Redação PT na Câmara, com agências