Ensino médio aumenta atendimento, mas tem o desafio de melhorar qualidade

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Em 20 anos, o número de jovens matriculados no ensino médio aumentou 120%. Agora, o País tem o desafio de garantir uma educação atrativa e de qualidade, evitando a evasão e recuperando os alunos que, apesar da idade, ainda não concluíram o ensino fundamental. Na tentativa de solucionar as distorções encontradas atualmente, existem algumas opções: educação em tempo integral, melhoria no ensino profissionalizante e uma grade curricular flexível.
 
Durante o ano de 2013, uma comissão especial da Câmara, presidida pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), estudou o problema e apresentou um relatório com sugestões para mudar o ensino médio. A proposta se transformou em projeto de lei (PL 6840/13) que será analisada por uma nova comissão especial antes de ser votada em Plenário.
 
Para Reginaldo Lopes, a reformulação do currículo vai exigir uma nova visão de ensino no País. “Se o que está sendo proposto é um novo currículo nacional, dividido por áreas de conhecimento, com um Enem que avalie pelas áreas de conhecimento, e uma diversificação do ensino a partir do projeto de vida do jovem, passamos a ter necessidade de uma nova licenciatura que dê conta de dar resposta a essa nova organização do ensino médio”, destacou Reginaldo Lopes. Segundo ele, essas mudanças serão importantíssimas para “viabilizar a reformulação do ensino médio no Brasil”.
 
O relator da comissão, deputado Wilson Filho (PTB-PB), ressaltou que apenas 12% dos alunos que concluem o ensino médio cursam o ensino superior. “Doze por cento vão para o ensino superior, 88% não vão. Para esses 88%, para que serviu o ensino médio? Eles não usam o ensino médio para nada. Se nem para os 88% serve, nem para os 12% serve, dá 100%, não serve para ninguém. Então é esse o ensino médio atual”, resume o deputado.
Wilson Filho diz que é necessário “retomar a atenção, fazer com que o estudante passe a ter novamente interesse no ensino médio, e aí sim nós estaremos no caminho certo”.
 
Falta de professores – Outro problema do ensino médio é a falta de 170 mil professores na rede pública, em especial nas áreas de química, física, biologia e matemática. Na tentativa de estimular os jovens a seguirem a carreira de magistério, o Ministério da Educação lançou um programa que concede bolsas para os estudantes do ensino médio que demonstrarem interesse por essas áreas do conhecimento.
 
O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que já ocupou o cargo de ministro da Educação, explicou na Câmara que o programa será voltado principalmente aos estudantes do programa Ensino Médio Inovador, que tem jornada de ensino ampliada. A ideia é que as atividades sejam consolidadas nas três horas do contraturno. Alunos que obtenham destaque nos anos finais do ensino fundamental também poderão participar. Terão prioridade, ainda, estudantes premiados em olimpíadas científicas.
 
“Estamos dando 40 mil bolsas, vamos chegar a 100 mil para os estudantes de matemática, física, química e biologia que querem fazer ciência e querem ser professores”, anunciou Mercadante.
 
Os estudantes vão participar de atividades de monitoria, pesquisa científica e tecnológica. Os bolsistas, que vão receber R$ 150 por mês, vão ter orientação e supervisão de professores e estudantes universitários que já recebem bolsas de estímulo à pesquisa. A seleção dos bolsistas será feita pelas secretarias estaduais de Educação e por universidades.
 
Incentivo na universidade – Para aproximar as universidades desse esforço para a formação de mais professores, foi criado o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid). O programa concede bolsas a alunos de licenciatura que participam de projetos de iniciação à docência desenvolvidos por instituições de educação superior em parceria com escolas de educação básica da rede pública de ensino.
 
PT na Câmara com Agência Câmara 

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