Mourão defende visita de Lula ao Irã e rebate pressão dos EUA

nilsonmourao_plenaO deputado Nilson Mourão (PT-AC) destacou em plenário a visita que a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton fará ao Brasil nesta quarta-feira. O parlamentar fez um alerta quanto as divergências de política externa adotadas pelos dois países e sobre possíveis imposições da secretária em relação a visita do presidente Lula ao Irã.

“Somos a favor do diálogo, mas contra qualquer imposição. A política externa do Brasil é conduzida pelo nosso governo. A visita do nosso presidente ao Irã já está marcada e ele vai realizá-la, pois os problemas entre os EUA e o Irã devem ser discutidos a parte e entre eles. Querer criar constrangimento à visita do presidente Lula ao Irã ou qualquer outro país é inaceitável”, afirmou.

Oficialmente, Hillary Clinton vem ao Brasil discutir interesses mútuos entre o Brasil e os Estados Unidos. Entretanto, a imprensa tem veiculado que o real motivo da visita da secretária tem como foco principal discutir a conveniência da visita de Lula ao Irã. O Brasil mantém boas relações com ambos os países que, em contrapartida, travam uma grande briga em relação a armas nucleares e o domínio da tecnologia nuclear.

Nilson Mourão reconhece a importância da parceria com os Estados Unidos, mas ressalta que a política externa de cada país deve ser respeitada. “Ultimamente temos tido várias divergências na política externa com relação aos Estados Unidos, e temos tratado essa questão com altivez, respeitando o posicionamento da política externa do país, mas exigindo também que o nosso posicionamento seja respeitado. É preciso compreender que os países são autônomos, independentes e que devem traçar a política externa mais adequada para o seu país”, declarou o parlamentar.

A visita de Lula ao Irã não deve ser o único tema. O deputado acredita que Hillary Clinton vai aproveitar o momento para fazer uma “pressão civilizada”, segundo o parlamentar, quanto a compra de caças da Boing e não os caças franceses, como o presidente brasileiro tem defendido. “É o fruto das divergências governamentais. A lista (divergências) é vasta, mas isso é bom para os países e para o mundo. De toda forma é importante lembrar que, o tempo em que as nações pediam licença aos Estados Unidos para tomar qualquer atitude passou. Até porque, os EUA não pediram licença em muitas ocasiões, como na invasão do Iraque ou quando moveu uma guerra contra o Afeganistão”,criticou.

Mesmo preocupado, o deputado considera a visita da secretária ao Brasil positiva. “É provavelmente uma preparação para a vinda do presidente estadunidense Barack Obama e estou feliz com a visita de Hillary Clinton. Qualquer assunto deve ser discutido de modo respeitoso e civilizado, mas dispensamos os conselhos pois sabemos lidar com a nossa política que é feita de acordo com interesses brasileiros”, concluiu Nilson Mourão.

Hérika Tavares

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