Com o acúmulo de alta no preço do gás de cozinha, que subiu mais que o dobro da inflação no governo de Bolsonaro, o povo não consegue mais comprar o produto e a venda do botijão é a menor em nove anos. Segundo um levantamento do Observatório Social do Petróleo, o consumo de gás de cozinha no 1º semestre de 2022 caiu 4,5%.
A inflação descontrolada no país, a desvalorização dos salários e o desemprego resultou no pior índice de venda dos botijões desde 2014. Mesmo com o auxílio gás de Bolsonaro, que não paga nem a metade do preço do produto, o povo prefere não comprar o botijão.
As sequelas do desgoverno de Bolsonaro não nítidas. Com um país onde 33 milhões de pessoas passam fome e outras 60 milhões vivem em vulnerabilidade alimentar, como haverá dinheiro para comprar um botijão de gás que custa o dobro de um benefício social?
Outra pesquisa comprova o sacrifício dos brasileiros e brasileiras. Mais da metade da renda do povo é consumida por 46% das famílias, principalmente as mais pobres. Pelo menos 10% comprometem quase toda a renda familiar com esses gastos, 12% mais da metade da renda familiar e 24% a metade da renda familiar. Os dados são do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), encomendada pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS).
Em um ano, o botijão acumula alta de 21,36%, conforme o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás). O aumento no valor do gás foi mais que o dobro da inflação no período de 12 meses, o que refletiu nas vendas do gás de botijão.
Bolsonaro sempre mentiu para o povo. Em 2018, dizia que o gás de cozinha iria custar R$ 35. Quando foi a última vez que você comprou um botijão por esse valor? #EquipeLula https://t.co/5LWED79Sql pic.twitter.com/mTm7AT4z7V
— Lula 13 (@LulaOficial) August 22, 2022
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Menor consumo no Sul e Sudeste
Conforme a pesquisa do Observatório Social do Petróleo, as maiores reduções no consumo do botijão de gás se deram nas regiões Sul e Sudeste, com queda de 5,9% e 5,7%, respectivamente.
Os Estados brasileiros mais afetados foram Rio Grande do Sul e Minas Gerais, ambos com recuo de quase 8% no consumo do produto.
O Observatório Social do Petróleo usa informações da Agência Nacional do Petróleo (ANP) sobre Gás Liquefeito do Petróleo (GLP) vendido em vasilhames de até 13 kg.
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Lenha ao invés do gás
Um comunicado do observatório também apontou para um crescimento no uso da lenha nas residências brasileiras. Eles ressaltam que, de acordo com uma pesquisa da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a lenha é a 2ª fonte de energia residencial desde 2018 no Brasil.
Outro dado da EPE que demonstra o cenário avassalador dos brasileiros e brasileiras no enfrentamento à crise econômica do país, é de que o uso de lenha em casas foi maior do que o uso de gás de cozinha em 2021, quando 24 milhões de toneladas de lenha foram utilizadas como fonte de energia pelo povo brasileiro.
Famílias estão guardando botijões de gás para usar apenas em emergências. Outras precisaram vender o fogão para fazer dinheiro na crise. Como solução, recorrem à lenha e ao carvão vegetal para cozinhar, um retrocesso em saúde e qualidade de vida.
A perda do poder de compra dos brasileiros, promovida pelos inúmeros retrocessos no governo de Bolsonaro e recessão econômica, está entre as justificativas pela troca da matéria-prima.
PTNacional, com informações Poder 360 e ICs