Mujica toma posse no Uruguai

O ex-guerrilheiro José Mujica tomou posse nesta segunda-feira como 52º presidente do Uruguai. Diante do Congresso, ele jurou cumprir a Constituição. Mujica assumiu com a promessa de manter as políticas moderadas do atual governo, em uma cerimônia que contou com a presença de vários líderes estrangeiros e da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton.

A posse foi marcada por gestos de solidariedade ao Chile, após o terremoto devastador que atingiu o país no fim de semana e deixou mais de 700 mortos, além de enormes danos materiais. A presidente do Chile, Michelle Bachelet, não compareceu.
José Mujica afirmou que cabe ao Brasil o papel de liderar a integração regional do Mercosul. “O Mercosul está falhando porque os latino-americanos não querem entrar de cabeça. Penso que o Brasil está sendo chamado a cumprir um papel absolutamente essencial na melhora da integração. O Brasil é praticamente o líder natural da região e na medida que assuma isso, seguramente vai contribuir em uma proporção muito alta na solução das dificuldades que temos agora”, disse.

Para a secretária nacional de Relações Internacionais do PT, deputada Iriny Lopes (ES), a posse de José Mujica representa a continuidade das mudanças ocorridas na América do Sul – assim como ocorreu no Brasil, com a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “É uma nova perspectiva de avanço social e articulação entre o setor democrático e esquerda da América do Sul. O PT está participando da posse de José Mujica, e tenho certeza de que Brasil e Uruguaio terão uma nova relação a partir de agora”, afirmou.

O vice-presidente, Danilo Astori pediu maior atenção dos brasileiros com o Mercosul e comparou com o processo de integração europeu, em que as grande economias ajudam as menores. “Para ser líder, tem que ser reconhecido como líder. E a verdade é que nós reconhecemos uma liderança praticamente natural do Brasil na região. Mas para ser líder, tem que exercer a liderança. E para exercer a liderança tem que ter generosidade. Os grandes líderes da Europa têm sido muito generosos para possibilitar o desenvolvimento de países que foram incorporados à comunidade”, frisou Astori.

Ele citou os pontos que ele considera problemáticos no processo de integração e citou o caso de governos estaduais que impõem restrições. “No Brasil, os estados às vezes tomam decisões contrárias às do governo central. Nós, por exemplo, temos problemas com o governo do Rio Grande do Sul, que contraria a vontade do governo federal e prejudica produtos uruguaios. Restrições como [dificuldade de tirar] licenças de importação e requisitos burocráticos do governo gaúcho detêm o ingresso de produtos, contra a vontade do governo federal”, citou Astori.

Mujica foi membro da guerrilha urbana Tupanamaros e passou mais de uma década preso durante a ditadura que governou o Uruguai na década de 1970 até os anos 1980. Ele ganhou as eleições de novembro, como 52,3% dos votos.

Equipe Informes, com agências

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