O deputado federal Joseildo Ramos (PT-BA) denunciou como “antinacional” e contrária aos interesses da população brasileira a privatização da Petrobras, hipótese cogitada pelo governo de extrema direita Jair Bolsonaro. Segundo ele, a privatização de um setor estratégico como a Petrobras não vai resolver o problema da escalada dos preços de combustíveis no País, cuja raiz está na Política de Paridade de Importação (PPI), que dolariza os valores a despeito de o País estar entre os maiores produtores mundiais de petróleo, extraído em reais. Joseildo Ramos discursou em plenário no tempo da Liderança do PT, durante a sessão na noite de ontem (31).
Como exemplo, citou a recente privatização da refinaria Landulpho Alves (Rlam, atual Mataripe), na Bahia, comprada por um grupo árabe. “A Bahia tem os combustíveis e o gás de cozinha mais caros do País”, denunciou Joseildo. “Nós, contrariando a lógica que foi discutida a partir do Governo, transformamos aquela fatia da Petrobras num monopólio territorial privado envolvendo dois ou três Estados nordestinos”.
Privataria
Desde que foi vendida a estrangeiros, a Mataripe vem praticando os mais altos preços dos combustíveis no País. De acordo com o Dieese, só neste ano, a refinaria aumentou a gasolina em 48%. No diesel, o aumento chegou a 58%. Em comparação, os preços da gasolina e do diesel na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, ainda sob controle da Petrobras, subiram 37% e 45%, respectivamente.
Desde 2016, a Petrobras vem praticando a política de Preço de Paridade de Importação. Assim, a estatal passou a vincular os preços dos combustíveis produzidos no Brasil à variação do petróleo no mercado internacional, acrescidos dos custos de logística para importação que são inexistentes. Bolsonaro aprofundou essa política antinacional. Como resultado, somente de janeiro de 2019 para cá, a gasolina acumula alta de 155,8% nas refinarias. O diesel subiu 165,6%
Povo na miséria
Joseildo Ramos frisou que o governo Bolsonaro “está levando o nosso povo à miséria e, além do mais, está desestruturando aquilo que nos é caro, é um governo da destruição”. Ele apontou também como retrocessos a privatização do saneamento básico e da Eletrobras, que é a maior empresa de geração de energia elétrica da América Latina.
Segundo Joseildo Ramos, trata-se de um “desgoverno”, com um “presidente desqualificado e despreparado” e com o ministro da Economia, Paulo Guedes, que, “em todo o período republicano, será conhecido historicamente como o pior” a ocupar aquela pasta.
Redação PT na Câmara com informações da Rede Brasil Atual