Num contexto de forte ofensiva da direita – desta vez contando com a contribuição do Judiciário, através da Ação Penal 470 – sobre o que representa o PT para a sociedade brasileira, teve início na noite de quinta-feira (12) o 5º Congresso Nacional do partido que comanda o governo federal há 11 anos. Na manhã desta sexta-feira (13), a programação abriu espaço para um ato de desagravo e solidariedade aos petistas condenados pelo STF. O ato foi coordenado pelo deputado Paulo Ferreira (PT-RS) e contou com a participação do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), um dos condenados na AP 470; do irmão de Delúbio Soares, o vereador petista de Goiânia, Carlos Soares; e da filha do ex-ministro e ex-deputado José Dirceu, Joana Saragoça, além do líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (CE), irmão de José Genoíno.
“A melhor resposta para essa ofensiva da qual somos vítima é reeleger a presidenta Dilma Rousseff para continuar um projeto que vem transformando o Brasil para melhor desde 2003. Esse Congresso vem em boa hora porque junta o que há de melhor no PT para definirmos uma linha uniforme para o que vamos enfrentar em 2014.”, resumiu João Paulo, que distribuiu no evento a revista que produziu para comprovar a sua inocência.
O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), que participou de uma das mesas de debate do Congresso, também protestou contra o “julgamento político” do STF, mas ressaltou que o ataque ao PT não é novidade. “Esse processo não é novo. O PT já nasceu apanhando da imprensa e do Judiciário. Sofremos muito com todo esse processo, mas sabemos que a luta de classes é isso, lamentavelmente alguns aparatos de Estado têm um conteúdo de classe e por isso somos alvo dessa perseguição expressa na ação penal 470, na qual o julgamento foi predominantemente político, com desprezo a provas que absolveriam nossos companheiros e com a tentativa de juntar indícios e constituir provas falsas no sentido de nos condenar” argumentou Berzoini.
O deputado Padre Ton (PT-RO) também se somou às vozes que rechaçam a ofensiva sofrida pelo PT. “Parte da elite brasileira não engole o PT e o Supremo Tribunal Federal representa essa elite conservadora e nepótica, que não teve coragem de se levantar contra a ditadura, mesmo quando três dos seus integrantes foram arbitrariamente cassados. Esses ataques ao PT não vão nos intimidar. Muito ao contrário, nossa resposta é nos reunirmos para percorrer o País, animar a militância, filiar mais pessoas, eleger mais deputados, mais senadores e, especialmente, reeleger a presidenta Dilma em 2014”, disse Padre Ton, lembrando fala do ex-presidente Lula na abertura do Congresso, na noite da quinta-feira.
Consenso – Apesar das divergências entre suas correntes internas, o PT hoje possui muitos consensos. A reeleição da presidenta Dilma Rousseff é o principal objetivo e elo que une os participantes do atual Congresso.
Para o deputado José Guimarães, líder da bancada petista na Câmara e vice-presidente nacional do partido, o 5º Congresso servirá para defesa e reflexão sobre a trajetória e a contribuição do PT para mudar o Brasil, mas também para denunciar as injustiças cometidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Vamos defender o nosso legado de 34 anos de lutas e comprometidos com o Brasil e com a democracia. A defesa desse legado é fundamental para a atualização do nosso programa. E essa campanha difamatória que estamos sofrendo não nos calará. Eles tinham esse objetivo [com a AP 470], mas nem a ditadura calou o PT e não será agora que isso acontecerá”, afirmou Guimarães.
Quem também demonstrou indignação com o julgamento da AP 470 é o deputado Magela (PT-DF). “O PT tem nas suas três décadas de história uma marca de ter sido perseguido pelos segmentos mais conservadores da sociedade. Somos alvo de um julgamento sem provas cujo objetivo era criminalizar o nosso partido. Não vamos nos curvar e não vamos deixar de mostrar que nossos companheiros estão sendo julgados politicamente”, destacou Magela, que também tomou posse no 5º Congresso como Secretário-Geral Nacional do partido.
A deputada Fátima Bezerra (PT-RN) avalia que o Congresso é vitorioso e que marca “uma nova etapa” na vida do PT. “Estamos mostrando a força e a coragem que temos ao apostarmos na paridade de gênero nas direções, bem como a valorização da juventude e dos negros e negras através das cotas de 20% nas direções. Devemos aprofundar o debate sobre o nosso programa porque queremos reeleger Dilma não apenas pela reeleição em si, mas para que ela possa, a exemplo do ex-presidente Lula, ter um segundo mandato melhor do que o primeiro”, enfatizou Fátima, que se disse “honrada” em voltar a fazer parte da Comissão Executiva Nacional do partido.
Saia maia sobre o 5º Congresso no site do PT: www.pt.org.br
Rogério Tomaz Jr.