Famílias produtoras do arroz agroecológico do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no Rio Grande do Sul deram início aos preparativos da 19ª edição da Festa da Colheita, prevista para 18 de março. A celebração popular será realizada na sede da Cooperativa de Produção Agropecuária (Coopan) de Nova Santa Rita, na região metropolitana de Porto Alegre.
Desde 1º de fevereiro foram colhidas 4.200 sacas de arroz orgânico no Assentamento 30 de Maio, em Charqueadas, o que representa 1,72% do total. Já o assentamento que tem a maior área plantada é o Filhos de Sepé de Viamão. A estimativa é que se colham no local aproximadamente 124 mil sacas. Ao todo, o MST calcula a safra em cerca de 15 toneladas.
O arroz orgânico, nas versões agulhinha e cateto, é o cultivo principal de 296 famílias, em 14 assentamentos distribuídos em 11 municípios gaúchos nas regiões metropolitana, sul, centro-sul e na fronteira oeste.
“Para nós, do MST, essa edição da colheita do arroz agroecológico tem uma enorme importância. Queremos celebrar esse momento com a sociedade gaúcha e brasileira, pois essa é uma construção coletiva das cooperativas e das famílias assentadas. A nossa produção orgânica é uma alternativa, em que a vida das pessoas e o cuidado com a natureza estão acima do lucro”. A afirmação é de Marildo Mulinari, do setor social organizativo da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap). E reafirmam o compromisso do MST com a luta dos trabalhadores e pela reforma agrária popular.
MST: maior produtor de arroz sem agrotóxicos
O Instituto Riograndense do Arroz (Irga) classifica o MST como o maior produtor de arroz orgânico da América Latina, posição ocupada há mais de 10 anos.
Martielo Webery, do setor de comercialização da Cootap, destaca que as famílias camponesas estimam colher na safra 2021/2022 cerca de 310 mil sacas de 50 quilos, cultivados em aproximadamente 3.196 hectares.
Na festividade de março, que seguirá protocolos sanitários de prevenção à Covid-19, integrantes do MST, de entidades parceiras, movimentos populares, sindicais e representações políticas celebrarão um dos resultados da reforma agrária: a produção, em larga escala, de um dos principais alimentos dos brasileiros sem uma gota de veneno, em equilíbrio com a natureza.
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