Foi lançada, nesta terça-feira (3), a Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento da Cajucultura e da Apicultura na Câmara, que será coordenada pelo deputado Assis Carvalho (PT-PI). O objetivo do grupo é contribuir para o aprimoramento da legislação e da burocracia estatal relacionada à cadeia produtiva do caju e, especialmente, do mel.
Para a Associação Brasileira dos Exportadores de Mel (Abemel), o Brasil possui condições para se tornar o maior produtor de mel orgânico do mundo. Para isso, é necessária a implementação de um conjunto de medidas tanto no próprio setor produtivo quanto no âmbito do Estado. Além do potencial exportador, o mercado interno tem grande capacidade de expansão, uma vez que o consumo de mel no Brasil é um dos mais baixos do mundo, apenas 60 gramas anuais por habitante, enquanto na Alemanha esse índice é de 960 gramas, nos Estados Unidos chega a 910 gramas e na Suíça alcança 1.500 gramas.
Na opinião de Assis Carvalho, o debate sobre a produção de mel está intimamente ligado às questões ambientais e agrícolas, já que a polinização gerada pela apicultura favorece o aumento da produtividade de inúmeras culturas. Esses elementos, somados à conjuntura do mercado internacional, garantem uma condição muito proveitosa para o setor. “Temos como agregar muito valor e transformar a cadeia produtiva do mel num intenso processo de geração de emprego e renda em todo o país e, juntamente com isso, apoiar a agricultura e a gestão ambiental”, explica Assis.
Segundo Assis Carvalho, a Frente pretende debater com os diversos órgãos competentes a utilização de áreas de proteção permanente (APPs) e afins para a expansão da apicultura, já que esta seria uma atividade ambiental e economicamente sustentável. “As áreas de proteção das nossas florestas, das margens dos rios, entre outras, são muito compatíveis com a presença da abelha e com a produção do mel orgânico, inclusive porque isso requer a presença de mais árvores, mais flores, mais água”, argumenta o deputado piauiense.
Nos anos recentes, a produção brasileira de mel orgânico – embora o país seja um dos maiores “celeiros” do mundo – estagnou com uma média de 40 mil toneladas por ano. Uma das alternativas para a ampliação do consumo e da produção, segundo a Abemel, seria a introdução do mel na alimentação escolar. A medida, sozinha, poderia quadruplicar a produção nacional.
Foto: Salu Parente
Rogério Tomaz Jr.