Durante sessão da Câmara, nesta terça-feira (19), parlamentares da Bancada do Partido dos Trabalhadores, José Guimarães (PT-CE), Carlos Zarattini (PT-SP) e Henrique Fontana (PT-RS) criticaram a substituição do Bolsa Família pelo Auxílio Brasil – considerado como auxílio temporário, sem critérios e sem valor definido, que nasce no momento em que Bolsonaro amarga queda vertiginosa na corrida eleitoral de 2022.
“Essa inciativa, que seria anunciada hoje, foi suspensa. “Esse governo sequer tem unidade interna para anunciar um projeto. Segundo as informações que nos chegam, o Paulo Guedes (ministro da Economia), que já furou o teto de gastos duas vezes e agora é um novo furador de teto, disse que, se fizerem isso, ele pede demissão”, afirmou o deputado José Guimarães, ironizando o recuo de Bolsonaro e a pretensa afirmação de Guedes contrária à gastos fora do teto.
Guimarães avaliou que o governo Bolsonaro já se desidratou, mas que, desde seu início, desconstruiu um dos maiores programas de transferência de renda do Brasil, o Bolsa Família. Para o vice-líder da Minoria na Câmara, esse exemplo de hoje, “é revelador da incompetência da gestão fiscal do Paulo Guedes e da irresponsabilidade política de um governo que não tem qualquer compromisso com o enfrentamento de uma questão que é vital”.
Volta da fome e da miséria
O desmonte do Bolsa Família, na avaliação do deputado Henrique Fontana, está dentro da linha destrutiva do governo Bolsonaro, quando o próprio presidente admitiu que o seu papel é primeiro destruir. “O seu governo que está terminando destruiu diversas coisas e não construiu nada de novo para o Brasil e nós estamos aqui diante de mais um desses momentos de destruição”, considerou Fontana.
Para ele, com a política econômica do governo Bolsonaro, ressurgiu a fome e a miséria. Fontana citou que atualmente, o Brasil de aproxima dos 20 milhões de pessoas que passam fome e 100 milhões de brasileiros que vivem em insegurança alimentar.
“Diante desse quadro, é inaceitável que se desestruture, que se desmonte o Bolsa Família para ingressar num programa emergencial feito de maneira açodada, sem cuidados técnicos e jogando fora todo o acúmulo que o País teve ao longo de quase 18 anos estruturando um dos melhores, mais completos e mais reconhecidos programa de combate à exclusão social e à fome de todo o planeta”, reconheceu.
Fake News
O deputado Carlos Zarattini classificou de fake news o argumento utilizado por Bolsonaro quando diz que está melhorando o Bolsa Família. “Na verdade, está retirando o auxílio de 21 milhões de brasileiros e brasileiras”, argumentou.
Para Zarattini, outra falácia contada por Bolsonaro ocorre quando o seu governo afirma que vai melhorar o Bolsa Família com o auxílio Brasil e vai aumentar o número de pessoas beneficiadas de 14 milhões para 17 milhões.
“Na verdade, o Bolsa Família já não está sendo pago desde o ano passado com a pandemia. O que vem sendo pago é o auxílio emergencial para 38 milhões. No fundo, o governo vai reduzir para 17 milhões de pessoas. Ou seja, 21 milhões de brasileiros vão deixar de receber o auxílio do governo, seja ele auxílio emergencial, auxílio Brasil, ou o nome que quiser”, disparou Zarattini.
O deputado disse ainda que já que o governo vai romper o teto para pagar esse auxílio, “que rompa o teto, mas que mantenha os 38 milhões de brasileiros e brasileiras recebendo esse auxílio, que não seja uma embromação”, defendeu.
Benildes Rodrigues