Em pronunciamento na tribuna da Câmara, nesta segunda-feira (4), o deputado Luiz Couto (PT-PB) destacou a postura corajosa e democrática da presidenta Dilma Rousseff na condução do diálogo com a sociedade brasileira após as manifestações de junho e julho. O parlamentar elogiou especialmente a proposta de reforma política apresentada pela presidenta.
Em seu discurso, o petista citou o sociólogo espanhol Manuel Castells, que enalteceu a mandatária brasileira como “a primeira líder mundial que presta atenção, que ouve as demandas das pessoas” nas ruas. “Ela mostrou que é uma verdadeira democrata”, disse Castells.
Para Luiz Couto, além de legitimar as manifestações do povo brasileiro, a presidenta Dilma Rousseff “tomou a iniciativa de apresentar respostas concretas às reclamações e aspirações da população”, com destaque para a reforma política a partir de uma Constituinte exclusiva, que foi – na avaliação do deputado petista – “a mais boicotada, a mais combatida e a mais sabotada”.
“Setores da oposição e setores que dizem dar sustentação ao governo da presidenta Dilma, reagiram para inviabilizar a proposta de ouvir o povo e chamá-lo à responsabilidade para mudar a política no Brasil”, criticou Luiz Couto.
“A reforma política proposta pela presidenta Dilma não saiu porque a maioria neste Congresso Nacional não quer mudar a política brasileira. O Congresso Nacional continua com esta dívida com o povo brasileiro”, continuou o parlamentar paraibano.
Segundo Luiz Couto, o Brasil “está aproveitando a oportunidade que a população insatisfeita criou nas ruas e avenidas e nas redes sociais”, fazendo balançar os governos e o Parlamento.
“O povo gritou bem alto que não se sentia representado pelos poderes e pelos políticos. O povo denunciou a falta de conexão entre representantes e representados. Quem quis ouvir, ouviu. Quem quis responder, respondeu. A presidenta Dilma Rousseff, que tantas vezes foi acusada de não ser mais do que um poste plantado pelo presidente Lula, contrariando aqueles que lhes desrespeitam e tentam tirar-lhe os méritos políticos, mostrou mais uma vez que é uma grande líder do povo brasileiro”, afirmou Couto.
O deputado citou ainda “a coragem com que a Presidenta Dilma Rousseff encaminhou o Programa Mais Médicos, enfrentando o corporativismo da categoria aqui no Brasil” e disse que ela recebeu “o apoio maciço da sociedade e a criação de oportunidades para que milhões de brasileiros e brasileiras tenham acesso aos serviços de profissionais da medicina nos rincões e nas periferias das grandes cidades do País”.
A prioridade dada à mobilidade urbana foi outro ponto que Luiz Couto ressaltou. “O governo federal está celebrando importantes parcerias com os gestores das grandes cidades do Brasil para encontrar e engendrar soluções para os graves problemas da imobilidade urbana, que trava o deslocamento das pessoas, que gastam grande parte do seu tempo em engarrafamentos infernais que paralisam os grandes centros urbanos”, argumentou o petista.
Couto não deixou de se referir à queda de aprovação da presidenta durante o período das manifestações. “A popularidade da presidenta Dilma Rousseff caiu vertiginosamente, como caiu dos governantes em geral, mas a mídia só dava destaque ao desgaste da presidenta da República, afinal era a oportunidade para os setores oposicionistas tentarem mudar, em proveito próprio, os rumos da política no País”, apontou o deputado.
“A primeira reação da Presidenta Dilma Rousseff foi destacar a força democrática do povo brasileiro nos manifestos. Bem ao contrário das forças conservadoras, que trataram os descontentes como caso de polícia, ou dos surfistas da hora, que aplaudiram por aplaudir, sem oferecer respostas, a presidenta Dilma abriu as portas do Governo para receber os representantes dos movimentos espontâneos, dos movimentos organizados, dos sindicatos, dos partidos políticos e só não recebeu os líderes da oposição parlamentar porque estes se recusaram a sentar à mesa”, lembrou Couto.
“A história é feita por todos nós, mas as circunstancias criam o lugar do indivíduo e cobram a sua ação na historia. A condução da crise que exige avanços e não retrocessos foi uma prova da capacidade política e de gestão da presidenta Dilma Rousseff. A retomada da popularidade é apenas consequência”, concluiu o petista.
Rogério Tomaz Jr.