Reginaldo Lopes: O tradicional queijo mineiro vira potência mundial

Líder Reginaldo Lopes. Foto: Gustavo Bezerra

Artigo do deputado federal Reginaldo Lopes ao jornal O Tempo desta semana trata sobre produto que gera renda e incentiva a economia e o turismo

O Brasil consolidou-se como grande produtor de queijo no mundo, título conquistado após ser destaque em concursos internacionais. Desta vez, foi no Mondial du Fromage et des Produits Laitiers, realizado na semana passada, na França. Nosso país ficou atrás apenas do anfitrião, trazendo 57 medalhas das 331 distribuídas entre as 46 nações participantes. O resultado positivo só foi possível graças à produção do queijo artesanal mineiro, que trouxe 40 premiações, sendo quatro medalhas Super Ouro, que comprovam o alto grau de excelência.

A produção de queijos faz parte da nossa identidade, gera renda, incentiva o turismo e a economia. Ela é desenvolvida desde a chegada da colonização portuguesa pelas trilhas do ouro e desde lá foi introduzida na nossa história como elemento simbólico. Por isso, é reconhecida como bem cultural imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

A força demonstrada fora do país incentiva os investimentos necessários na cadeia produtiva, que busca sua estruturação. Os seus produtores tentam uma organização do setor, para conjuntamente gerenciar a produção e comercialização, definindo padrões e melhorando a qualidade biológica do produto.

A capacitação do setor fortaleceu-se com a construção, no Estado, da primeira escola de queijeiros artesanais do Brasil. Localizada no município de São Roque de Minas, ela funcionará em parceria com a Associação de Produtores de Queijo Canastra (Aprocan) e teve parte dos investimentos bancada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), com apoio do nosso mandato.

Existe também o projeto de formação da Rede Mineira de Queijos Artesanais, que reúne pesquisadores da rede de institutos e universidades federais em Minas. Ela deve racionalizar recursos e estrutura laboratorial para atender as demandas de agregação de valor e garantia de segurança na produção do alimento.

Outro avanço foi a conquista da certificação dos circuitos do Queijo Minas Artesanal, localizados em sete microrregiões reconhecidas como produtoras da iguaria: Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Serra do Salitre, Serro e Triângulo. Produtos da região passaram a ser habilitados para comercialização em todo o território mineiro. Agora o desafio é atualizar a legislação brasileira, para fazer com que possam ser distribuídos mais facilmente no território nacional e ser também exportados.

Desde que cheguei à Câmara dos Deputados, atuo em defesa da cadeia produtiva do leite e seus derivados. Sou autor da lei que incluiu o produto na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). Ela fez com que produtores, especialmente os pequenos e médios proprietários, garantissem antecipadamente o preço de venda para compensar os custos da produção. Exige que os laticínios e cooperativas informem ao vendedor qual valor será pago para os próximos 30 dias.

O concurso francês vem consolidar a posição de Minas Gerais como potência gastronômica, com a produção de excelência em produtos como queijo, café, vinho e azeite. O mundo está reconhecendo a qualidade desses produtos, e o desafio é desenvolvermos cada vez mais as suas cadeias produtivas.

ARTIGO JORNAL O TEMPO

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