O diretor-executivo e representante do Brasil e de mais dez países no Fundo Monetário Internacional (FMI), Paulo Nogueira Batista, criticou a revista britânica “The Economist” pelo tom negativo atribuído ao Brasil na reportagem especial de capa de sua última edição, que circulou ontem. A publicação mostra a estátua do Cristo Redentor como um foguete em queda e questiona se o Brasil “estragou tudo”. É uma nova versão de uma capa de 2010 da revista, que celebrava o bom crescimento do país.
“O Brasil passou por uma fase de grande sucesso, era moda, referência, havia certo exagero naquela época. Agora, uma reavaliação mais negativa está indo para o extremo oposto”, disse durante seminário de governança financeira no pós-crise, no Rio. Para ele, “a imprensa é muito influenciada pela visão dos mercados” e adquire “um pouco sua ciclotimia”.
A publicação saiu na mesma data em que a presidenta Dilma Rousseff completava mais um dia falando a investidores da situação fiscal “sólida” do país, em busca de recursos para as concessões de infraestrutura.
Nogueira Batista, que disse que não se pronunciava como representante do FMI, é otimista com o Brasil. “Estamos vendo uma recuperação mais clara, ainda incipiente, mas os dados mostram que a economia está se reativando. O mercado de trabalho ficou positivo nesse período todo”, afirmou.
Da mesma forma, Nogueira Batista considera exageradas as previsões dos efeitos negativos sobre as economias emergentes na hipótese de o Fed, o banco central norte-americano, retirar os estímulos à expansão doméstica. “O crescimento mundial continua liderado pelos países emergentes e em desenvolvimento. Houve uma desaceleração e alguma recuperação dos avançados, mas o grosso do crescimento previsto irá ocorrer nos emergentes”, afirmou.
Para o diretor do Fundo Monetário Internacional, pode ocorrer queda do fluxo de capital especulativo, de curto prazo, mas nada comparável às crises anteriores, pois a maioria dos emergentes possui reservas mais elevadas, adota câmbio flexível e tem fundamentos fiscais “que não são fracos”.
Equipe PT na Câmara, com informações do jornal Brasil Econômico