Emiliano defende “Plano Marshall” para reconstrução do Haiti

haiti_escombrosO deputado Emiliano José (PT-BA) defendeu nesta sexta-feira (5) a criação de um plano de recuperação do Haiti semelhante ao Plano Marshall, criado em 1947, pelos Estados Unidos, para recuperar países da Europa destruídos durante a Segunda Guerra Mundial. De acordo com o petista, que integrou uma missão oficial de parlamentares brasileiros que visitou o Haiti nesta semana, a situação do País caribenho é de profunda miséria e destruição.

Cerca de 200 mil pessoas morreram durante terremoto ocorrido dia 12 passado.

“A capital, Porto Príncipe, parece uma cidade cinematógrafica de pós-guerra. O Haiti necessita de uma reedição do Plano Marshall, mas custeado entre todas as nações do mundo, para o seu desenvolvimento. Tem que ser um plano de reconstrução e desenvolvimento, que não leve em conta somente o caos gerado pelo terremoto, mas sim o quadro de profunda miséria e exclusão social daquele povo”, defendeu Emiliano.

O parlamentar relatou que o drama do povo haitiano é quase inacreditável. “É uma miséria chocante. Cerca de um milhão de pessoas estão desabrigadas nas ruas, em condições degradantes ou em acampamentos sem a menor infraestrutura. Eles vivem debaixo de pedaços de panos, sem água, luz e saneamento”, lamentou.

Alerta – De acordo com Emiliano, o mundo precisa perceber que a situação desumana em que vivem os haitianos após o terremoto é muito parecida com a realidade cotidiana do país, mesmo antes do terremoto. “O terremoto, apenas revelou a face cruel de profunda miséria e de exclusão do povo haitiano. Existem relatos de que, neste momento, devido à ajuda humanitária, as pessoas estão comendo bem mais do que comiam antes do terremoto. O mundo não pode olhar apenas para os prejuízos com o terremoto. É preciso ir mais longe, para tentarmos compreender porque o Haiti é tão excluído”, disse Emiliano.

Uma das possíveis razões para este abandono da comunidade internacional, segundo o petista, pode ir bem além do histórico de ditaduras militares e de problemas políticos do Haiti. “O Haiti foi o primeiro país da América Latina a abolir a escravidão, em 1804. A sensação que tenho é que este país de população negra é condenado até hoje pelo capitalismo mundial por ter se libertado da escravidão. É como se fosse um castigo dos deuses”, afirmou o petista.

Abrigo – A principal preocupação do presidente do Haiti, René Préval, de acordo com o parlamentar, é com a aproximação do período de chuvas. “Nós conversamos com o presidente do Haiti, e ele colocou como prioridade absoluta a construção de acampamentos com barracas de lona, para abrigar a população. O período de chuvas no Haiti começa no mês de maio e os atuais acampamentos não terão condições de abrigar essas pessoas”, explicou Emiliano. As barracas deverão abrigar famílias atingidas pelo terremoto por um bom tempo, já que será necessária a construção de mais de 250 mil novas moradias.

Congresso – Para Emiliano, a primeira tarefa que caberá ao Congresso brasileiro será a realização de um amplo debate para discutir os problemas do Haiti, com as possíveis soluções. “Vamos examinar conjuntamente as saídas que possam ser sugeridas e ao mesmo tempo aprovar as medidas que o governo brasileiro tem encaminhado ao Parlamento. O Congresso brasileiro não pode ficar indiferente a essa situação”, defendeu.

Edmilson Freitas

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