Os deputados Luiz Alberto (PT-BA), presidente da Frente Parlamentar Mista pela Igualdade Racial e em Defesa dos Quilombolas e Benedita da Silva (PT-RJ) , coordenadora do Núcleo de Parlamentares Negros(as) do PT, divulgaram nota nesta quarta-feira (22) de repúdio pelo assassinato de líder quilombola no Pará. Na nota eles manifestam preocupação com a grave situação de violência racial contra negros e povos quilombola no Estado do Pará.
Na última segunda-feira, 19, o Líder quilombola e presidente da Associação dos Remanescentes de Quilombo de Gurupá, no município de Cachoeira do Arari, na ilha de Marajó, no Pará, Teodoro Lalor de Lima, foi assassinado quando se dirigia para participar de Encontro Estadual de Quilombolas, em Belém. Ele foi esfaqueado por um desconhecido no bairro Cabanagem, nas proximidades da casa de um parente.
“O Estado do Pará deve garantir o direito aos povos Quilombolas de se organizar e defender a luta pela regularização fundiária e reforma agrária. Portanto, para que se restabeleça a paz social, imperioso que o Estado tome as necessárias providências da punição dos culpados, independentemente de quem seja o autor ou autores do fato”, diz a nota.
Leia a íntegra da nota:
NOTA DE REPÚDIO AO ASSASSINATO DE LIDER QUILOMBOLA NO PARÁ
A Frente parlamentar Mista Pela Igualdade Racial e em Defesa dos Quilombolas e o Núcleo de Parlamentares Negros da Bancada do PT – NUPAN vem a público manifestar sua preocupação com a grave situação de violência racial contra negros e povos Quilombola no Estado do Pará.
Esta violência produziu mais uma vítima. Na última segunda-feira, dia 19 de agosto, o Líder Quilombola e presidente da Associação dos Remanescentes de Quilombo de Gurupá, no município de Cachoeira do Arari, na ilha de Marajó, no Pará, Teodoro Lalor de Lima, foi assassinado quando se dirigia para participar de Encontro Estadual de Quilombolas, em Belém. Ele foi esfaqueado por um desconhecido no bairro Cabanagem, nas proximidades da casa de um parente.
Senhor Lalor, como era conhecido, dedicou os últimos 40 anos de sua vida à militância e luta em defesa dos direitos dos Quilombolas no Estado e participou, na terça-feira (13), de audiência pública promovida pelo MPF (Ministério Público Federal) e Ministério Público do Estado, ocasião em que o líder denunciou a exploração e expropriação das terras sofridas pelos pelo latifúndio, além da perseguição de fazendeiros da região às comunidades Quilombolas.
Nos últimos anos, os conflitos entre fazendeiros e comunidade tradicionais tem se aprofundado principalmente pela opressão sofrida por famílias de extrativistas, ribeirinhos e quilombolas em razão das ameaças de terrorismo dos fazendeiros e a expansão do plantio de arroz na região.
O Estado do Pará deve garantir o direito aos povos Quilombolas de se organizar e defender a luta pela regularização fundiária e reforma agrária. Portanto, para que se restabeleça a paz social, imperioso que o Estado tome as necessárias providências da punição dos culpados, independentemente de quem seja o autor ou autores do fato.
Nós, enquanto representantes da sociedade brasileira, não podemos nos calar diante das constantes atrocidades perpetradas contra as comunidades quilombolas e exigimos todas as providências cabíveis para a mais profunda e rápida investigação e apuração dos fatos, bem como a punição rigorosa dos responsáveis.
A Frente Parlamentar Mista Pela Igualdade Racial e em Defesa dos Quilombolas e o Núcleo de Parlamentares Negros da Bancada do PT – NUPAN reafirmam sua confiança nas instituições públicas e na isenção das investigações para que, sem concessões ou favorecimentos a quem quer que seja, o povo brasileiro continue a acreditar na justiça e no Estado Democrático de Direito.
Brasília/DF, 20 de agosto de 2013.
Deputado Luiz Alberto (PT –BA) – Presidente da Frente Parlamentar Mista pela Igualdade Racial e em Defesa dos Quilombolas
Deputada Benedita da Silva (PT-RJ) – Coordenadora do Núcleo de Parlamentares Negros(as) do PT
