Com a expansão descontrolada da pandemia no Brasil e mais de 225 mil mortos pela doença, o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) defendeu nesta terça-feira (2) a adoção de medidas mais rígidas de distanciamento social no País para reduzir o crescimento no número de casos e de mortes causadas pela nova onda do novo coronavírus. Segundo o parlamentar, o governo precisa garantir apoio à micro, pequenos e médios empresários e em seguida adotar medidas mais rígidas de deslocamento da população, e ainda acelerar o processo de aquisição de vacinas e de imunização do povo brasileiro.
“No Brasil cresce cada vez mais o número de mortes e estamos com várias regiões com picos de transmissão do novo coronavírus. Portanto, esse é um momento decisivo, de darmos as garantias de renda aos mais pobres e de apoio à micro, pequenos e médios empresários, para que possamos reforçar as medidas de distanciamento social e, ao mesmo tempo, incorporarmos de forma imediata as vacinas eficazes que surgem no mundo para imunizar a população brasileira o mais rápido possível”, reforçou Padilha.
Sputnik V
O parlamentar lembrou ainda que entre as mais recentes vacinas com eficácia comprovada está a Sputnik V, de fabricação russa. Segundo estudo divulgado na prestigiada revista científica The Lancet, a Sputnik V alcançou índice de eficácia de 91,6%, após a fase 3 de testes com cerca de 22 mil voluntários que receberam o imunizante. “Infelizmente, Bolsonaro só pensa em comprar parlamentares para manter seu governo”, criticou o parlamentar.
O número de mortos pela Covid-19 no Brasil superou a marca de 225 mil mortos (225. 143) nesta segunda-feira (1º), com registro de 609 novos óbitos nas últimas 24 horas. O País está há 12 dias com média de mortes superior a mil óbitos por dia, e tem 12 estados e mais o Distrito Federal com alta nesses casos. Até agora, o Brasil registra 9,3 milhões (9.230.016) de casos confirmados de contágio. Os dados foram divulgados pelo Consórcio de Veículos da Imprensa, com base em dados fornecidos pelas secretarias de Saúde dos estados.
Segundo reportagem do site Rede Brasil Atual, a estimativa é de que mortos e infectados sejam em número superior, já que o Brasil mantém uma estrutura que favorece a subnotificação. Isto é, testa pouco e não faz um rastreio de contágios, algo denunciado por cientistas e mesmo reconhecido por autoridades.
As médias epidemiológicas, calculadas sobre o total de casos e mortes em sete dias, divididos por sete, revelam uma pandemia fora de controle. No último domingo, o país registrou a pior média de mortes desde agosto de 2020. Nesta segunda, a marca segue sendo correspondente aos piores dias da pandemia até então, registrados entre junho e setembro do ano passado. A média está em 1.062 mortes diárias. Já a média móvel de novos casos segue superior à chamada “primeira onda”, com 51.133 novos infectados por dia.
Preocupação
Diante de um cenário preocupante, com a pandemia de Covid-19 fora de controle no Brasil, a ciência volta a destacar a necessidade de rigoroso distanciamento social e de medidas sanitárias individuais, como uso de máscaras e lavar as mãos com frequência, com sabão ou álcool em gel.
A pesquisadora e epidemiologista Ethel Maciel argumenta que as medidas de sempre deveriam ser reafirmadas. “Medidas individuais: máscaras, distanciamento físico, álcool em gel; Pelas autoridades: testagem em massa e isolamento dos positivos e seus contatos, medidas de restrição de circulação, plano de vacinação coordenado e rápido”.
O Brasil enfrenta uma situação ímpar no mundo, em que a Presidência da República, de Jair Bolsonaro, tem uma atuação que favorece a propagação do vírus, ao pressionar contra a ciência e contra as medidas protetivas. Por isso mesmo, o Brasil é o segundo país mais afetado no mundo pelo novo coronavírus.
Vacinação
Com isso, vem o atraso na necessária campanha de vacinação em massa. Mesmo com um amplo e capilarizado sistema público de Saúde, o SUS, o Brasil imuniza pouco e devagar. Até o momento, pouco mais de 2 milhões de pessoas foram imunizadas, frente às mais de 6 milhões de doses disponíveis.
“O Brasil desse governo incompetente não conseguiu aplicar as 6 milhões de doses da primeira remessa. Onde estão essas doses de vacinas? Quais unidades de saúde estão com horários estendidos? Quem vai vacinar no domingo? Enquanto a torcida se aglomera temos mais de mil mortes em 24h”, completa Ethel. A pesquisadora fez referência as aglomerações que foram frequentes desde o fim do ano, e tiveram um ápice recente em razão da conquista do campeonato de futebol Libertadores da América pelo Palmeiras, no último sábado (30).
Héber Carvalho com Rede Brasil Atual