Vaccarezza defende pauta mínima com prioridade para Pré-sal

lider_vaccarezzaO líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (SP), acredita que os trabalhos legislativos não serão prejudicados neste ano eleitoral. Em entrevista ao Informes ele defende a elaboração de uma pauta mínima de votações no Congresso, com ênfase para a apreciação final dos projetos que tratam do marco regulatório do Pré-sal.

Sobre o Governo Lula, diz que o Brasil ganhou importância política internacional e o povo brasileiro melhorou de vida. “Foram imensas conquistas, sobretudo no campo social”, enfatiza. Mas, alerta,isso não quer dizer que a eleição presidencial está ganha. Adianta Vaccarezza que o PT e aliados entrarão no processo eleitoral com humildade, alertando que a ministra Dilma Rousseff (pré-candidata) poderá aprofundar todos os ganhos obtidos no governo Lula. No próximo dia 2 a bancada do PT se reúne para iniciar o processo de escolha do novo líder do partido ma Câmara. Sobre sua gestão frente à liderança diz que a bancada teve um trabalho muito positivo e conseguiu ser fiel escudeira das medidas positivas do governo Lula, da espinha dorsal das mudanças que estão sendo implementadas no País.

Informes – A bancada do PT realiza reunião na próxima semana ( 2 de fevereiro). Qual será a pauta?
Vaccarezza – O ponto central da reunião será a abertura do processo de eleição do novo líder. Ela será dividida em duas etapas: a escolha do novo líder e o debate sobre a conjuntura política, com o objetivo de definir os caminhos para 2010. Temos a ação parlamentar, a ação legislativa e, ao mesmo tempo, a disputa política eleitoral. Este ano os deputados estarão em campanha e nós temos um projeto político que é o de eleger a ministra Dilma Rousseff (pré-candidata à Presidência da República), e uma boa bancada de deputados, senadores e governadores da base aliada e do PT.

Informes – O governo Lula chega em 2010 com uma performance capaz de eleger um sucessor?
Vaccarezza -Não tenho dúvidas de que o Brasil ganhou importância política internacional com o governo Lula e que o povo brasileiro melhorou de vida. Foram imensas conquistas, sobretudo no campo social. Mas isso não quer dizer que a eleição está ganha, essa é uma outra tarefa. Vamos entrar neste processo eleitoral com humildade, apresentando a proposta de que a Dilma poderá aprofundar todos os acertos e ganhos obtidos no governo Lula. Queremos assumir um compromisso com o povo brasileiro para colocar novas questões que o povo reclama. Apesar de todos os avanços do governo Lula, ainda temos muitos desafios à frente. Precisamos fazer uma revolução na Educação. Por mais que a gente já tenha feito avanços, ainda é pouco. Temos que fazer uma revolução na infra-estrutura do País. Precisamos de portos, aeroportos, rodovias, ferrovias e hidrovias que comportem o crescimento do Brasil. A combinação de investimentos em Educação e infra-estrutura dará condições para que o País dê um salto de qualidade em vários aspectos. Outro desafio é a questão da Segurança Pública, este debate terá que ser feito com profundidade.

Informes – Os trabalhos legislativos podem ser prejudicados este ano, em função das eleições?
Vaccarezza – Não. Os trabalhos legislativos em ano eleitoral ficam limitados à realidade das campanhas. No entanto, existem vários pontos importantes que não serão esquecidos, mesmo em ano eleitoral. Um deles é a votação do no novo marco regulatório do Pré-sal, que esperamos concluir logo no retorno do recesso. A ideia é listarmos uma pauta mínima de prioridades para trabalharmos durante este ano. As matérias que necessitam de uma decisão imediata, nós vamos enfrentar. Mas aqueles temas que forem para o próximo governo, vamos deixar para discutir em 2011.

Informes – O Congresso aprovou mensagem do presidente Lula sobre ajuda ao Haiti. Ainda tem alguma ação que deverá ser feita no âmbito do Legislativo para ajudar na reconstrução do Haiti?
Vaccarezza – Certamente que sim. E não se trata apenas de ajuda humanitária para impedir que as pessoas morram mas, sim, de reconstruir o País. Essa é uma tarefa em torno da qual o mundo inteiro, especialmente aqueles países mais bem estruturados, deve se mobilizar e contribuir.

Informes – Voltando ao Brasil, vários estados enfrentam problemas de enchentes, com agravo para o estado de São Paulo. Há algo a fazer no curto prazo, para reduzir essas tragédias, impedir mortes e tirar a população dessas áreas mais críticas?
Vaccarezza – São Paulo tem uma situação de calamidade por erros acumulados por muitos anos e por chuvas recordes. No entanto, quero lamentar tudo disso. Mas foi a partir da vitória dos tucanos em São Paulo que o processo de construção de piscinões e a coleta seletiva de lixo foram paralisados. Infelizmente não houve investimentos. Se isso não tivesse ocorrido, não estaríamos vivendo essa tragédia, como a que vem ocorrendo no Bairro Jardim Romano, alagado há quase três meses. É preciso que se retome esses investimentos que mencionei. Os tucanos precisam fazer uma autocrítica e continuar o processo de limpeza da cidade e resolver os problemas das águas pluviais e fluviais que cortam a capital paulista.

Informes – Sob a sua coordenação, a bancada do PT conseguiu em 2009 dar ao governo Lula o respaldo necessário para os grandes projetos de Governo?
Vaccarezza – Tenho a avaliação de que me esforcei para corresponder às expectativas das pessoas que me apoiaram. Agora, quero contribuir para a conclusão dos temas que iniciamos nesta Legislatura. Acho que tivemos um trabalho muito positivo e conseguimos ser fiéis escudeiros das medidas positivas do governo Lula, da espinha dorsal das mudanças que estamos implementando no País. Contribuímos para o debate, no interior do governo, para aperfeiçoamento dos projetos. Conseguimos ter avanços imensos. Todos sabem os esforços que tivemos que fazer para sair bem dessa crise. Se conseguimos, foi porque o Legislativo correspondeu com essa tarefa, fazendo a sua parte.

Denise Camarano e Edmilson Freitas

 

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