O coronavírus circula desde dezembro de 2019 na China. A partir de janeiro deste ano começou a se espalhar para os demais países e continentes. Na América foi confirmado pela primeira vez nos Estados Unidos em 21 de janeiro. Quatro dias após chegaria à Europa, hoje considerada o novo centro da epidemia. Desde então muitos países têm adotado diferentes e radicais estratégias para o enfrentamento desta pandemia. O Brasil, no entanto, ainda patina em adotá-las, e demonstra um crescimento inicial da infecção pelo vírus muito maior do que o apresentado por países que hoje figuram entre os com mais contaminados no mundo.
O primeiro caso brasileiro ocorreu em 27 de fevereiro, o segundo em 1º de março, o terceiro no dia 5, e desde o dia 6 de março os casos cresceram em grande proporção, chegando a 314 casos em 17 de março, vinte dias após o primeiro contágio. Vale atentar que nenhum dos países comparados possuíam sequer vinte casos após vinte dias do primeiro contágio.
O gráfico a seguir permite observar esta evolução desde o primeiro caso confirmado de cada país. E ao observar a linha vermelha, que corresponde ao Brasil, vê-se um crescimento proporcional muito maior do que os demais países europeus ou ainda Estados Unidos e México apresentaram. O que demonstra que o país pode chegar de forma mais rápida ao estágio no qual os demais países europeus hoje estão, caso não aja de forma sistemática para todo o território nacional, e rapidamente.
Vale atentar que a velocidade de contaminação nos países europeus foi menor mesmo estes sendo menores territorialmente, mais adensados e com muitos casos em países fronteiriços, o que não é a realidade brasileira. Mesmo o México, que teve seu primeiro caso em data muito próxima à brasileira e faz fronteira com os Estados Unidos, um dos primeiros onde os casos surgiram e atualmente o nono país com mais infectados no mundo, apresenta uma taxa de velocidade da contaminação menor do que a brasileira.
São muito noticiadas as medidas adotadas pelos países, como fechamento de fronteiras e de todos os tipos de locais de concentração de pessoas, restrição e cancelamento de eventos e quarentena de regiões. Percebe-se que muitos Estados estão agindo firmemente.
Mas essa mesma firmeza não é percebida no Brasil, exceto por ações individuais de alguns prefeitos e governadores, ou ainda empresas privadas. Enquanto a vizinha Argentina, por exemplo, com apenas um quarto dos casos brasileiros, vem adotando as medidas já citadas, o governo federal brasileiro demonstra a sua já conhecida ineficiência em combater tragédias, sejam elas ambientais ou humanas, e conta com um presidente que, além de não agir, faz pouco caso da doença, ora com suas falas e ora com seus atos.
Por Fundação Perseu Abramo