O deputado Alexandre Padilha (PT-SP) denunciou hoje (2) que a decisão do governo de extrema direita Jair Bolsonaro de fechar 500 agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é um verdadeiro “projeto de morte de idosos e de pessoas portadoras de deficiência”, todas elas dependentes de benefícios da Previdência. Segundo ele, Bolsonaro “tenta esconder” as consequências do fechamento das agências na vida de milhões de brasileiros.
O deputado protocolou na Câmara dos Deputados pedido de informações ao Ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o fechamento de agências do INSS. A medida anunciada prevê 50% de corte na estrutura administrativa e fechamento de 500 agências em 2020, a maioria nas periferias das cidades. “Só na Zona Leste de São Paulo serão fechadas 3 agências”, informou Padilha. “Paulo Guedes precisa dizer à população brasileira o motivo do fechamento das agências”.
Milhões da fila
No pedido de informações encaminhado ao Ministério da Economia, o parlamentar petista pede esclarecimentos quanto a estudos feitos para a tomada da decisão de enfraquecer o INSS, quais os critérios usados para a escolha das unidades fechadas e qual o impacto dessa decisão na economia dos municípios e no atendimento aos usuários.
Ele observou que nos governos de Lula e Dilma, acabaram as filas no INSS, mas com Bolsonaro o objetivo “é acabar com a Previdência e os benefícios, além de colocar milhões de pessoas na fila de atendimento do INSS”. Padilha recordou que “nos governos Lula e Dilma foram feitos investimentos para uma gestão eficiente do INSS, com ampliação do número de agências, concursos públicos e acompanhamento e monitoramento de concessões”.
Ataque aos direitos
O ataque aos direitos de idosos, trabalhadores e pessoas portadoras de deficiência é uma marca do governo Bolsonaro. São mais de 5 milhões de brasileiros que aguardam na fila de pedidos para ter acesso aos programas sociais do governo e benefícios previdenciários. São 1,379 milhão de pessoas nos bancos do INSS e 3,621 milhões esperando por uma resposta do programa Bolsa Família, segundo dados publicados pela imprensa.
No âmbito do INSS, conforme lembrou Padilha, os servidores têm sofrido do governo Bolsonaro uma sequência de ataques à estrutura do órgão, com a destruição da política de valorização de gestão e eficiência. “Também foi anunciada a retirada da carreira de serviço social do órgão, um total contrassenso ao que é o INSS”.
Militares
Para solucionar o problema, o governo Bolsonaro decretou a possibilidade de contratação de sete mil militares para desempenharem funções que cabem a funcionários civis concursados. Os funcionários do INSS são desfavoráveis à medida por avaliarem que os militares não estão aptos ao atendimento, observou o parlamentar.
“É desrespeito com a população brasileira destruir um serviço que garante a seguridade social e previdenciário de nosso país”, comentou Padilha.
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