O estado do Ceará vem enfrentando uma crise na segurança. Um grupo de Policiais Militares não aceitou acordo de reajuste salarial feito pelo governador Camilo Santana (PT) e passou a fazer motim e aterrorizar a população. Vídeos mostram policiais ateando fogo em carros, mandando as pessoas ficarem em casa, fechando comércios e impedindo outros policiais de trabalharem. Há suspeitas de que os policiais amotinados sejam apoiados por milícias.
“O motim de policiais militares, no Ceará, é a ponta de um iceberg que coloca em perigo não apenas a democracia, mas a vida dos civis. O empoderamento conferido pela inconsequente truculência de Bolsonaro desestabiliza o ornamento institucional, em todo território nacional”, afirmou o líder da Bancada do PT na Câmara, Enio Verri (PR), nesta sexta-feira (21), em rede social.
Para o deputado Paulão (PT-AL), a PM é um “Estado Paralelo”. “Essa greve no Ceará, ficou claro que nenhum governador do Brasil tem controle sobre as polícias militares. É um “Estado Paralelo”, reforçou, em sua conta no Twitter.
STF
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) classificaram o movimento grevista no Ceará como ilegal. “Preocupante. Acho que uma greve de policiais, se não for controlada, é um grave sinal de anomia. É um perigo para as instituições. Não pode, nenhuma corporação armada pode fazer greve. Como ministro do Supremo Tribunal Federal, acho que é extremamente preocupante uma greve de policiais militares ou qualquer corporação armada. É constitucionalmente vedado que corporações armadas façam greve”, disse o ministro Ricardo Lewandowski.
Além disso, de acordo com reportagem da Revista Fórum, a suprema corte não vê com bons olhos a conexão entre os protestos de policiais militares e a base de apoio do presidente Jair Bolsonaro.
Um vereador bolsonarista, Sargento Ailton, está entre as lideranças do motim no quartel da Polícia Militar do Ceará onde o senador Cid Gomes (PDT-CE) foi baleado. Ele é ligado a movimentos de direita e se engajou na campanha do presidente Jair Bolsonaro, além de participar de atos de apoio a Bolsonaro.
“Pipocam indícios da relação entre o bolsonarismo e o motim no Ceará. Essas relações obscuras devem ser esclarecidas! ”, advertiu a deputada Margarida Salomão (PT-MG), em sua conta no Twitter.
Sem limites
Para o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), o Brasil vive situação anormal e sem limites. Em sua rede social ele afirmou que o Brasil não pode mais ignorar que não vivemos uma situação de normalidade institucional e que os indícios da ilegalidade já ultrapassam todos os limites. “Os episódios do Ceará, da Bahia, os ataques a imprensa, ao Congresso e a todos (as) que discordem do governo, exigem respostas, uma ampla unidade da sociedade em torno da democracia, da soberania, da liberdade e da Constituição Federal torna-se um imperativo para impedir a consolidação do projeto de poder autoritário e criminoso em curso no País”, completou.
Lorena Vale com Agências