Parlamentares da Bancada do PT ocuparam a tribuna da Câmara nesta quarta-feira (19) para manifestar apoio à greve dos petroleiros e à paralisação dos caminhoneiros. Segundo eles, os dois movimentos são legítimos porque reivindicam interesses legítimos que beneficiam não apenas as duas categorias, mas também o povo brasileiro.
Os petroleiros entram hoje no 19º dia de greve, em busca do cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho que vem sendo descumprido pela direção da Petrobras e pela anulação da demissão de mil trabalhadores da fábrica de fertilizantes nitrogenados (Fafen/PR). Eles ainda condenam a política de desmonte da Petrobras, com o objetivo de vendê-la aos pedaços.
Já os caminhoneiros, que realizaram paralisação no Porto de Santos (SP) na última segunda-feira (17) e convocam paralisação também para esta quarta (19), reivindicam o julgamento imediato no STF da constitucionalidade do tabelamento do valor mínimo para o preço do frete, além da redução do valor do óleo diesel nos postos de combustíveis.
O vice-líder da Minoria, deputado Henrique Fontana (PT-RS), disse que os dois movimentos defendem interesses legítimos de categorias importantes e também de interesse nacional. “Refiro-me aqui ao movimento de greve dos petroleiros, que já é, neste momento, um movimento vitorioso, porque ele foi capaz de, dentre outras coisas, frear o absurdo da decisão tomada pelo governo Bolsonaro e pela atual direção da Petrobras que querem fechar a maior fábrica de fertilizantes de produção pública no Paraná, demitindo mil pessoas sumariamente num período de alto desemprego no País”, destacou.
Após encontro com um grupo de parlamentares do PT, PCdoB e PSOL ontem (18), o ministro Ives Gandra Martins Filho abriu uma mesa de negociação da direção nacional dos petroleiros com o Tribunal Superior do Trabalho (TST). O Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR) também suspendeu as demissões feitas pela Petrobras na Fábrica de Fertilizantes do Paraná (Fafen-PR). A suspensão vai até o dia 6 de março.
O parlamentar gaúcho lembrou ainda que a greve dos petroleiros colocou em pauta também o desmonte da empresa e a política de preços de combustíveis da Petrobras. “A Petrobras está adotando, com o preço dos combustíveis dolarizados, está retirando da economia brasileira uma possibilidade real, que um País autossuficiente em petróleo tem, que é de fazer um colchão de compensações e garantir preços razoáveis para o óleo diesel, para os combustíveis”, alertou Fontana.
Paralisação dos caminhoneiros
De acordo com o parlamentar, isso afetou principalmente os caminhoneiros, por conta do alto preço do diesel. Ele alertou ainda que é justa a reivindicação dos caminhoneiros que exige do ministro Luiz Fux a liberação do pedido de vista da constitucionalidade da Lei nº 13.703, que foi aprovada pelo Congresso, e que institui tabela de valores mínimos de frete.
“A tabela mínima é para cobrir os custos, para que a pressão econômica daqueles que concentram o poder econômico não avilte a atividade do caminhoneiro, obrigando o caminhoneiro, especialmente o autônomo, que é responsável por quase 80% das cargas rodoviárias desse País, a trabalhar com preço abaixo do custo levando-os a riscos, pela falta de manutenção dos caminhões, bem como a toda a sociedade, levando à quebradeira desta atividade e a uma situação de indignidade para esses profissionais tão importantes para o nosso País”, ressaltou.
Héber Carvalho