Os petroleiros completam, nesta quarta-feira (5), o quinto dia de greve no Sistema Petrobras contra as demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen) e pelo cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
A direção da empresa comunicou a demissão de mil trabalhadores e o fechamento da unidade no início deste ano. Em protesto contra a medida, que afeta trabalhadores de toda a cadeia produtiva e a comunidade local, os petroleiros de Araucária ocupam a Fafen-PR desde o dia 20 de janeiro, com apoio total das famílias que vão à porta da unidade prestar solidariedade e participar dos atos. No sábado (1), unidades do Sistema Petrobras de todo o País iniciaram uma greve por tempo indeterminado contra o fechamento da Fafen-PR e as demissões dos petroleiros e pelo cumprimento do ACT.
O líder da Bancada do PT na Câmara, deputado federal Enio Verri (PR), desejou força e resistência aos petroleiros. “Declaro minha total solidariedade à greve dos petroleiros, iniciada no Paraná. Eles reivindicam a suspensão imediata do programa de demissões de mil funcionários da Fafen-PR. A ação já mobiliza cerca de oito mil petroleiros de 17 bases. Desejo força, resistência e êxito.”
A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), também prestou solidariedade aos trabalhadores e afirmou que greve é um direito. “Solidariedade total à Greve Nacional dos Petroleiros. Já há denúncia sobre cárcere de trabalhadores em greve pela direção da Petrobras em MG e perseguição de grevistas no PR. Greve é direito e a causa é justa: garantir para o Brasil sua principal empresa.”
Para o deputado José Guimarães (PT-CE), é preciso defender a Petrobras que é patrimônio de todos os brasileiros. “Uma greve justa contra a privatização da empresa e demissões em massa. A Petrobras é um dos maiores patrimônios do povo brasileiro, vamos defendê-la”.
“Meu apoio e profunda solidariedade à luta dos petroleiros de todo o Brasil, especialmente aos trabalhadores e trabalhadoras da fábrica de Araucária, que está sendo entregue por esse governo federal. Bolsonaro despreza a vida do nosso povo e nossa soberania nacional”, destacou o deputado Alexandre Padilha (PT-SP).
Mais de 30 unidades aderem à greve
Mais de 30 unidades aderiram ao movimento à greve convocada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), em 12 estados do País (veja o quadro abaixo). Na Bacia de Campos, os trabalhadores estão entregando a produção das plataformas para as equipes de contingência da Petrobras. A FUP e seus sindicatos orientam a categoria petroleira a dar continuidade à greve iniciada no dia primeiro de fevereiro.
A deputada Natália Bonavides (PT-RN) também apoiou a luta dos petroleiros. “Já são mais de 30 unidades que aderiram ao movimento convocado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), em 12 estados do País. Segue a luta em defesa da Petrobras, de seus trabalhadores e trabalhadoras”.
Na Transpetro, subsidiária da Petrobras, a greve também avançou, com a adesão dos trabalhadores do Terminal de Cabiúnas, em Macaé (UTGCAB), do Terminal de Guarulhos, em São Paulo, e do Terminal Terrestre de Itajaí (TEJAÍ), em Santa Catarina.
No Espírito Santo, a greve ganhou o reforço dos trabalhadores da Unidade de tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC), que cortaram a rendição no turno na manhã desta hoje.
Representantes dos petroleiros acampam no edifício sede da Petrobras
No Rio de Janeiro, a Comissão de Negociação Permanente da FUP segue há cinco dias ocupando uma sala do quarto andar da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, cobrando interlocução com a gestão da empresa para suspender as demissões em Araucária e abrir fóruns de negociação para cumprimento do Acordo Coletivo.
“Continuaremos resistindo e exigindo que a Petrobras sente à mesa para dialogar conosco. Não vamos aceitar calados o desmonte da companhia, demissões em massa e não cumprimento das cláusulas do acordo coletivo”, disse o diretor de Assuntos Institucionais da FUP, Deyvid Bacelar, um dos dirigentes que estão acampados no prédio.
Após negar, sucessivamente, a entrega de alimentos e água para os petroleiros acampados na sala de reunião, desrespeitando a liminar expedida pela Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro, a direção da Petrobras recuou no final da tarde de segunda-feira (3) e permitiu que a Comissão de Negociação da FUP recebesse os mantimentos doados pelos trabalhadores e movimentos sociais.
Para aumentar a pressão, familiares de trabalhadores da Fafen-PR, com apoio dos movimentos sociais, iniciou nessa segunda em frente à sede da Petrobras, na Rua Chile, uma vigília com apoio dos trabalhadores e movimentos sociais. As demissões anunciadas pela gestão da Petrobras começam no próximo dia 14, se não forem suspensas.
PT na Câmara com CUT
Foto – Divulgação FUP