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Em entrevista publicada pelo jornal Brasil Econômico desta segunda-feira (6) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, desmontou mais uma vez os argumentos pessimistas e apostou que “o Brasil pode ter taxa de crescimento maior do que a economia mundial, pelo menos mais do que os países avançados”, afirmou. Segundo Mantega, a inflação está sob controle. Ele lembrou comportamento sazonal da inflação. “Todo mundo já deveria saber que no final do ano ela sobe, no início do ano ela salta e depois começa a cair”, explicou.
Ministro da Fazenda por sete anos consecutivos, Guido Mantega afirmou que o governo jamais deixará a inflação ultrapassar a meta traçada. “Já fez seis anos que ficamos dentro da meta”, lembrou.
Guido Mantega destacou a condição de pleno emprego vivida no Brasil atual e explicou o choque de ofertas de commodities que se repete pelo terceiro ano consecutivo. “Não é que falte commodities no Brasil, pelo contrário, é que quem define o preço é o mercado internacional”, disse.
Sobre o resultado parcial da balança comercial que registrou déficit de U$ 994 milhões em abril, Mantega considera normal que o país tenha um crescimento maior da importação do que da exportação devido ao fato do Brasil estar crescendo um pouco mais que outros países. “A economia mundial não está bem e o comércio internacional está fraco” disse, mesmo assim, a previsão do ministro é que o saldo comercial será positivo.
Outro ponto importante destacado pelo ministro foi a política de desoneração praticada pelo governo. “Quando o governo desonera a economia, está plantando algo que vai ganhar na frente”, afirmou, relativizando o impacto das desonerações sobre a política fiscal.
De acordo com Mantega, o objetivo central da política fiscal é reduzir a dívida e isso vem ocorrendo a cada ano. O ministro lembrou que o Brasil é um dos poucos países no mundo cuja dívida vem caindo ao longo do tempo. “Ano passado fechamos em 35,5%, no anterior em 36% e antes era 37%” constatou Mantega, afirmando que para este ano a perspectiva é que a dívida feche em torno de 34%.
Para o deputado Afonso Florence (PT-BA), membro da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara, a afirmação de Mantega “não deve ser apenas uma afirmação do ministro, deve ser uma meta para o país. Uma meta a ser buscada por todos. Investidores, trabalhadores, governo, Congresso, cada um fazendo sua parte para atingir esse objetivo”, considerou.
Afonso Florence acrescentou que anteriormente, nos governos neoliberais, “foi trabalhada uma política de estagnação econômica, com taxa de juros alta, elevado nível de desemprego e aumento da pobreza e esse modelo foi rompido com o início do governo Lula”.
Segundo Afonso Florence, “o governo está monitorando esse assunto com cuidado”. Para o deputado, existe um conjunto organizado de desonerações que em breve trarão resultados positivos para a economia brasileira.
O deputado também acredita que a momentânea redução da arrecadação é conjuntural. “Não tenho dúvidas que o governo vai retomar os índices de arrecadação que vão permitir a continuidade dos investimentos, garantir os programas sociais e dar capacidade para o Brasil superar a crise mundial e melhorar a qualidade de vida de todos”, concluiu.
Jonas Tolocka
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