Passados quase doze meses, o Brasil tem hoje a certeza de que o atual governo federal idolatra a ignorância. Tanto é que Jair Bolsonaro (sem partido) e seu ministro da Educação, Abraham Weintraub, vivem agredindo a imagem e o legado de Paulo Freire. Por trás da agressão está o medo, já que o despreparado presidente faz o pior governo da história do país e por isso não quer uma educação libertadora, como propôs o patrono da Educação e defende o Partido dos Trabalhadores.
Com a experiência de quem trabalhou por uma educação para todos, o ex-ministro Fernando Haddad ironizou a fala de Bolsonaro, desta segunda-feira (16), que chamou Freire de “energúmeno”. Para Haddad, o presidente e seu ministro da Educação fazem o Brasil passar vergonha internacional mais uma vez. “Essa agressão ao Paulo Freire custa a nossa imagem fora. Aqui esse circo pode ter algum apelo eleitoral, mas no mundo é vexame. É muito grave o que está acontecendo”.
Paulo Freire
“Tenho pena desse ministro da Educação. Hoje você tem uma pessoa que é uma caricatura no MEC. Uma pessoa que ofende um brasileiro respeitado internacionalmente. Tenho certeza de que Bolsonaro e o ministro nunca leram Paulo Freire, um intelectual respeitado por todo o mundo. É um presidente digno de pena, porque é ele que vai passar para a história como um energúmeno, tenha certeza”, apontou Haddad, durante coletiva de imprensa em Belo Horizonte, onde esteve com a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), para a posse do deputado estadual Cristiano Silveira na presidência do PT-MG.
Gleisi, inclusive, criticou o desrespeito de Bolsonaro com a imagem e legado de Freire e lembrou que o atual governo existe apenas para desmontar políticas pública e sociais. “O governo está desmontando o estado brasileiro. Temos um governo que está retirando direitos, não gera emprego, não traz renda para o povo e ataca saúde e educação”, destacou a presidenta ao lado de deputados estaduais e federais do PT de Minas Gerais.
Haddad, por sua vez, também lembrou que o desastre Bolsonaro compromete a imagem do Brasil, internacionalmente, também em outras áreas, como a cultura e o meio ambiente. Segundo o ex-ministro, o governo federal ameaça a democracia brasileira.
COP-25: de referência à pena
“Temos um governo que hoje coloca em risco as conquistas democráticas. Artistas estão se sentindo ameaçados. Cientistas estão se sentindo ameaçados. Professores estão ameaçados. Ativistas estão ameaçados e até mesmo que nem é brasileiro, nem mora aqui, é agredido pelo presidente da República”, apontou Haddad que lamentou ainda a vergonhosa passagem do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na 25ª Conferência do Clima (COP 25) da Organização das Nações Unidas (ONU).
“O papel do Brasil na COP-25 ganhou manchetes no mundo todo. Éramos referência e dávamos aula sobre o assunto. A gente fez cair em 83% o desmatamento na Amazônia. Hoje, temos um rapazinho que dá pena de ver. Dá pena de ver nossa imagem no exterior sendo deteriorada desnecessariamente”, criticou Haddad.
Agência PT de Notícias