Foto: Maíra Lima
A Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados realizou, na manhã desta quinta-feira (18), audiência pública para discutir o processo de recuperação da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, de Brasília (DF), tida como “patrimônio” do teatro e das artes no Brasil.
A atividade foi proposta pelo deputado Nilmário Miranda (PT-MG), integrante da comissão, e pela deputada Erika Kokay (PT-DF), cuja militância e vida pessoal têm bastante proximidade com o projeto iniciado pela atriz e realizadora Dulcina de Moraes, carioca que adotou a nova capital federal como residência na década de 1970.
Segundo a parlamentar brasiliense, a audiência pública permitiu uma avaliação sobre a situação da faculdade, que é “preocupante” e ameaça, inclusive, o funcionamento da fundação responsável pela conservação da memória e do acervo de Dulcina de Moraes. Apesar disso, a deputada se diz otimista diante da possibilidade de o Governo do Distrito Federal (GDF) assumir o projeto.
“Quando falamos de Dulcina de Moraes, nos referimos a alguém que se identifica e se confunde com a história do teatro brasileiro. Felizmente, já existe uma proposta e o compromisso do governador Agnelo Queiroz torna-la uma faculdade pública”, comemorou Erika.
“Hoje a faculdade está sendo mantida por amor dos professores, dos alunos e ex-alunos. Esperamos que esse processo de distritalização possa ser acelerado e que também sejam buscados recursos do Ministério da Cultura e de outros órgãos do governo federal para que a fundação possa ser reestruturada”, complementou a parlamentar.
Nilmário Miranda enalteceu a história das instituições e comemorou a decisão do GDF. “A Faculdade Dulcina está há décadas formando quadros e mantendo uma trajetória importante das artes, além do teatro Dulcina, que foi projetado por Niemeyer e possui uma história importantíssima para o Brasil. A decisão política do governador Agnelo, de estatizar a faculdade, é muito importante porque ela tem muito a oferecer para o futuro. Cabe a nós acompanhar e buscar acelerar esse movimento, mas todos podem ficar tranquilos, porque a Faculdade e o Teatro Dulcina estão salvos”, afirmou Nilmário.
Erika Kokay destacou, ademais, que a mobilização em prol da Faculdade Dulcina se insere no contexto de luta pelo avanço das políticas culturais no Brasil. “A cultura é o processo de construção e afirmação das identidades e, em razão disso, a política de cultura é uma questão central para o desenvolvimento do País. Assumir isso significa combater e impedir o surgimento de tantas expressões ‘felicianas’ na nossa sociedade que ainda sofre com o racismo, o machismo e a homofobia”, argumentou a parlamentar.
Rogério Tomaz Jr.