A Frente Parlamentar Mista do Livro, da Leitura e da Escrita foi lançada nesta terça-feira (10), na Câmara dos Deputados. Os parlamentares petistas Maria do Rosário (RS), Henrique Fontana (RS) e Benedita da Silva (RJ), e o presidente da Frente de Incentivo à Leitura da Câmara Municipal de Porto Alegre, Adeli Sell (PT), participaram do lançamento da Frente, que é de iniciativa da deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS), do deputado Waldenor Pereira (PT-BA), e do senador Jean Paul Prates (PT-RN).
O evento contou ainda com a presença do vice-presidente da Frente, deputado Waldenor Pereira (PT-BA), que também é coordenador do Núcleo de Educação do PT do Congresso Nacional. Um dos objetivos do colegiado é o de protestar contra a censura de conteúdos em livros, além de ressaltar a importância da leitura.
Os participantes se opuseram à censura difundida por apoiadores de Bolsonaro – e por agentes do próprio governo, bem como de governantes municipais e estaduais. De acordo com os parlamentares presentes, o objetivo da frente é unir o Brasil para que haja mais leitores, além de expandir o Plano Nacional do Livro a estados e municípios, e trabalhar em conjunto com profissionais do ramo didático.
O deputado Waldenor Pereira ressaltou a importância da leitura, com uma frase do poeta Castro Alves: “Bendito aquele que semeia livros e faz o povo pensar”. De acordo com o deputado, a instalação da frente tem por objetivo lutar em favor da democracia, golpeada no País desde o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, e ameaçada desde a chegada à presidência de Jair Bolsonaro. “A instauração do projeto tem o objetivo de formar leitores. O livro é um instrumento de resistência democrática. Ainda mais pela intolerância às minorias, e pelo momento sombrio e difícil da política que estamos vivendo”, destacou.
Mais leitores
Dados da alfabetização brasileira mostram que existem apenas 56% de leitores em todo País, e a maioria é formada por mulheres. E seis estados participam do Plano Nacional de Incentivo à Leitura. Essas informações disparam um alerta para que as autoridades expandam essa política. O senador Jean Paul reforçou o incentivo ao projeto. “Precisamos estender o plano para que possamos ter mais leitores. A instalação dessa frente parlamentar irá trabalhar a falha existente, para que tenhamos um País melhor no ramo da alfabetização”, ressaltou.
Maria do Rosário também ressaltou que a leitura é a principal arma para mudar a situação atual do País. “A política nacional precisa ser cumprida. É necessário unir a educação, arte, cultura, fortalecer o programa nacional de biblioteca e livros didáticos. Para derrotar o governo fascista, precisamos ter cultura”, apontou.
A defesa pela liberdade da escrita, e a informação como luta pela democracia, foram os principais assuntos debatidos durante o lançamento. “A frente parlamentar servirá para defender a leitura livre, e plural, que é uma dificuldade no Brasil. Estamos vivendo uma repressão fascista, e precisamos de força política para vencer tudo isso”, alertou Henrique Fontana.
“Vamos nos empenhar pela defesa do livro e da leitura. Já há uma feira do livro em Porto Alegre, e precisamos expandir, criar outras”, recomendou Adeli Sell.
Para o presidente da Rede Nacional de Biblioteca Comunitária-RNBC Rafael Mussolini, que também participou do evento, a realização é de grande importância e permitirá mais acesso para a comunidade. “Apoio a instalação do projeto, e queremos caminhar juntos para amplificar o acesso à leitura para todos”, afirmou.
Censura literária
Na quinta-feira (5) o prefeito fluminense e bispo licenciado Marcelo Crivella (PRB) ordenou que fossem recolhidas cópias do HQ “Vingadores – A Cruzada das Crianças”, que mostra dois homens se beijando. Mas o STF derrubou a decisão do prefeito do Rio.
Diversas entidades e personalidades da literatura, de editoras, poetas e escritores participaram do lançamento da frente.
Tuanny Carvalho
