O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em audiência pública na Câmara, nesta quarta-feira (3), disse que o Brasil é o único país do mundo que assumiu o desafio de oferecer à população um sistema de saúde público, gratuito e universal. Ao mesmo tempo, apontou a falta de médicos como um dos grandes gargalos para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Temos um desafio crítico, que todos os sistemas públicos que foram se consolidando ao longo dos anos tiveram. Não se faz saúde sem médico perto da população, com formação de qualidade e que conheça a realidade da saúde do povo brasileiro”, alertou Alexandre Padilha.
Padilha relatou que o Brasil registra uma média de 1,8 médicos por mil habitantes, enquanto que na Argentina e na Inglaterra esse índice atinge a casa de 3,2 e 2,7 médicos por mil habitantes, respectivamente. De acordo com o ministro, o ciclo para a obtenção de médicos formados com qualidade é de 5 a 8 anos. “Você não sai de 1,8 para 2,7 em 10 anos, demora 20 anos, mesmo aumentando o número de vagas no país”, afirmou.
Para ele, é falso o discurso de que a contratação de estrangeiros reduziria a qualidade do serviço. “Isso não é comparável ao que acontece em outros países do mundo. Se nós queremos oferecer saúde publica, gratuita e universal a toda população temos que ampliar rapidamente o patamar de médicos por habitantes no Brasil”, defendeu o ministro.
Padilha lembrou também que a presidenta Dilma vem adotando incentivos como desconto na dívida do Fies para quem trabalhar e optar pelo SUS em regiões pobres e carentes ou se formar em especialidades que apresentam maiores demandas.
Metas do milênio – O ministro contou que ao longo dos 25 anos do SUS, muitos desafios foram superados e que entre as metas do milênio, compromisso que o Brasil assumiu em relação à área da saúde, o país atingiu a meta de forma antecipada na questão da mortalidade infantil, da malária, tuberculose, da Aids e, segundo o ministro, caminha para atingir a meta em relação à mortalidade materna e na hanseníase.
SUS – O ministro comemorou os avanços construídos nos últimos dez anos do PT à frente do governo federal, principalmente no que se refere ao SUS. De acordo com Alexandre Padilha, o Brasil foi bicampeão em transplantes públicos e gratuitos. “Nenhum país do mundo fez mais de 23 mil transplantes totalmente público e gratuito no mundo inteiro. O segundo colocado, os EUA, fez 40 mil transplantes totalmente privados”, orgulhou-se Padilha.
Alexandre Padilha participou da reunião a convite das comissões de Defesa do Consumidor, de Fiscalização Financeira e Controle e de Seguridade Social e Família. O deputado Dr. Rosinha (PT-PR), presidente da Comissão de Seguridade Social coordenou os trabalhos.
Benildes Rodrigues