Parlamentares petistas afirmaram que a falta de quórum na tarde desta terça-feira (6) para votar o 2º turno da Reforma da Previdência, é a comprovação cabal de que o governo Bolsonaro só conseguiu aprovar a reforma no 1º turno ao adotar o “toma lá dá cá”, ao prometer recursos para emendas e cargos federais nos estados em troca de votos na Câmara. Segundo os deputados petistas Valmir Assunção (BA), Paulão (AL) e Waldenor Pereira (BA), o plenário vazio na tarde desta terça comprova que o governo Bolsonaro comprou votos na Câmara com um ‘cheque sem fundo’.
“Antes do recesso votamos a Reforma da Previdência. Eu votei não [à reforma]. Mas o Bolsonaro, segundo os jornais, assumiu o compromisso com aqueles que votaram sim, de dar R$ 40 milhões (em emendas parlamentares) e mais cargos de segundo escalão. E qual a minha surpresa? Até agora os deputados [favoráveis à reforma no 1º turno] não compareceram para votar o segundo turno da reforma. Ou o Bolsonaro não pagou os R$ 40 milhões, ou não deu os cargos até agora”, explicou Valmir Assunção.
Na mesma linha, o deputado Paulão ressaltou que as cadeiras vazias de parlamentares favoráveis à reforma, comprova que o governo Bolsonaro prometeu recursos e cargos, e não cumpriu a promessa. Ele lembrou que essa prática era condenada durante a campanha eleitoral à presidência pelo então candidato Jair Bolsonaro.
“No retorno aos trabalhos desta casa já percebemos as cadeiras vazias. E o motivo é a falta de pagamento das emendas parlamentares, o ‘toma lá dá cá’ do Bolsonaro, que durante a campanha pregava a antipolítica, e quando assume aplica o que é mais nocivo no processo republicano”, observou.
O deputado Waldenor Pereira (PT-BA) destacou que ver o plenário vazio, sem a maioria dos 379 deputados que aprovaram a reforma no 1º turno, é “uma cena dantesca” que “depõe contra o exercício da boa política”.
“Estamos presenciando na tarde de hoje uma cena dantesca. Dantesca e apavorante, porque depõe contra o exercício da boa política. O plenário a esta hora encontra-se praticamente vazio, revelando a indignação e o protesto dos parlamentares que, em não sendo cumprido o pagamento das emendas para o 2º turno da reforma, ainda não adentram a esse plenário revelando o toma lá dá cá, procedimento condenado pelo então candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, que considerava essa prática da velha política”.
Héber Carvalho