Em atividades pelo Nordeste, parlamentares do PT na Câmara repudiaram nesta sexta-feira (2), em Pernambuco, o ódio e o preconceito do presidente Jair Bolsonaro com a região. O líder da Bancada, deputado Paulo Pimenta (RS), um dos organizadores da Caravana da Resistência pelo Nordeste, denunciou a “retaliação” imposta pelo governo nos empréstimos feitos Caixa Econômica à região. “Sob a gestão do miliciano fascista e corrupto Bolsonaro apenas 2,2% das operações foram para o Nordeste”, protestou o líder.
O Estadão, em matéria publicada hoje, informa que a Caixa segurou empréstimos para prefeituras e governos dos estados do Nordeste nos sete primeiros meses do ano. Levantamento feito pelo jornal constatou que nos números do banco e do Tesouro Nacional mostram que a região recebeu apenas 2,2% do volume de crédito liberado pelo governo Jair Bolsonaro. Foram R$ 4 bilhões em novas operações autorizadas pelo banco público federal com prefeituras e governos nesta gestão, dos quais apenas R$ 89 milhões foram para a região.
O coordenador do Núcleo Agrário do PT, deputado João Daniel (PT-SE), presente nas atividades da Caravana da Resistência, reforçou que a decisão do governo Bolsonaro é a demonstração do preconceito com os nordestinos e da falta de compromisso do governo com o Brasil, em especial com o Nordeste. “Isso é mais uma medida que afronta diretamente nossa região. É uma retaliação ao nordestino, que já na eleição passada mostrou que conhecia quem era Bolsonaro. É uma falta de respeito, uma falta de compromisso. Por isso, repudiamos essa decisão”.
João Daniel destacou que o povo nordestino está sofrendo muito com o governo de extrema direita de Bolsonaro. “Um governo reacionário, comprometido com as elites, com os bancos e que desarticula e desmonta todas as políticas públicas e, principalmente, a infraestrutura da região Nordeste”, lamentou.
O deputado Valmir Assunção (PT-BA), um dos organizadores da Caravana da Resistência, também protestou contra as medidas de represália ao Nordeste. “Esta é a forma como o governo Bolsonaro trata o povo nordestino. Os dados divulgados pelo Estadão confirmam a perseguição e o preconceito de Bolsonaro a região”. Assunção destacou que em outros tempos, especialmente nos governos do PT, os empréstimos para o Nordeste sempre foram acima de 20%. “Limitar o empréstimo em 2% mostra o caráter de perseguição”.
A avaliação dos petistas cabe aos parlamentares comprometidos com o Brasil, com o Nordeste e com a democracia se mobilizar, juntamente com os movimentos sociais, para reivindicar e pressionar o governo pela garantia dos direitos de todos os brasileiros e brasileiras.
Retaliação
Em julho, Bolsonaro disse ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, num café da manhã com jornalistas estrangeiros que dos governadores “de paraíba” o pior era o do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), e que não era para “ter nada com esse cara”, numa insinuação de que o adversário deveria ser preterido na concessão de recursos e no atendimento por meio de políticas públicas.
As fontes ouvidas pelo Estadão sob condição de anonimato disseram que o presidente do banco, Pedro Guimarães, deu uma orientação expressa de não conceder empréstimos aos governos e prefeituras do Nordeste. Ainda segundo a matéria do Estadão, “as operações do Nordeste neste ano saíram apenas para seis municípios baianos, um de Pernambuco e outro de Sergipe”. O governo da Paraíba não obteve resposta ao seu pedido e o governo do Piauí teve que recorrer à Justiça.
Vânia Rodrigues