A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável promoveu audiência pública sobre os benefícios das unidades de conservação para a economia e o desenvolvimento nacional. Especialistas de diversas áreas defenderam a importância das unidades de conservação não apenas para o meio ambiente, como para a economia. E afirmaram que um manejo adequado gera renda e proteção ambiental.
Um dos participantes, o economista Eduardo Frickmann Young, professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apresentou estudo que aponta o potencial econômico das áreas protegidas.
“Temos que rever algumas ideias que estão ligadas a nosso passado tradicional, de ocupação predatória do espaço, para pensar em novo modelo. A forma predatória é insustentável e gera crises sociais. Antes de mais nada, a floresta nos dá madeira. Se manejar adequadamente, vai ter madeira para o resto da vida”, disse.
Segundo ele, o mesmo se aplica a atividades como pesca e turismo. “Apesar de estarmos colocando poucos recursos orçamentários nessas unidades, elas já estão gerando R$ 100 milhões em arrecadação e são uma fonte de emprego”, afirmou.
André Nahur, diretor da ONG Conservation Internacional, concordou. “A grande missão da conservação internacional é mostrar que é possível conservar e promover o desenvolvimento. A gente pode reduzir o desmatamento e trabalhar o desenvolvimento econômico”, observou.
Ilegalidade
A comissão discutiu também ameaças de diminuição ou anulação de unidades de conservação já existentes. O procurador da República Leandro Mitidieri Figueiredo, coordenador do Grupo de Trabalho de Conservação do Ministério Público Federal, apontou ilegalidade em eventual alteração de áreas por meio de decretos.
“O Brasil se comprometeu internacionalmente a assegurar 17% de sua área terrestre como áreas protegidas. A Constituição também prevê que qualquer redução só pode ser feita por meio de lei. Vemos com muito espanto afirmações de que áreas serão reduzidas”, criticou.
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