Durante a diligência, foi confirmada a exploração de trabalhadores na forma análoga ao escravo em uma propriedade na Vila Capistrano de Abreu, a 170 Km do município de Marabá.
“Vimos o absurdo: oito pessoas, inclusive um idoso, que desde junho trabalham sem receber, bebendo água fétida e comendo carne com moscas”, narrou o presidente da CPI, deputado Cláudio Puty (PT-PA). ”Este caso é mais uma prova evidente de que esta triste realidade tem que mudar no país”.
Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), a escravidão moderna ainda recruta 20 mil vítimas por ano em todo o território nacional, sendo o Pará o líder do ranking.
Para Cláudio Puty,a apuração feita no Pará não termina ali. “Temos a responsabilidade de contribuir para a erradicação do trabalho escravo no Brasil. Este empregador autuado certamente será convocado para depor na Câmara e explicar o que vimos”, afirmou Puty. “A CPI do Trabalho Escravo deve enriquecer as investigações sobre o tema e propor medidas para avançar nas formas de fiscalização e normatizações do trabalho no país”.
Depois de comprovado flagrante da prática criminosa na Vila Capistrano de Abreu, município de Marabá, os auditores do Ministério do Trabalho, que dirigiam a operação, determinaram o fim imediato da execução do trabalho na propriedade.
A precariedade das condições sanitárias, insalubridade nos dormitórios, falta de segurança e de equipamentos de trabalho e, principalmente, as irregularidades trabalhistas como a não remuneração regular foram as evidências que levaram o empregador autuado se responsabilizar pelas infrações trabalhistas, danos morais e desrespeito à dignidade e direitos humanos.
Assessoria Parlamentar