O deputado Vanderlei Siraque (PT-SP) ocupou a tribuna da Câmara nesta quinta-feira (2) para defender uma postura mais ética e verdadeiramente democrática da mídia brasileira na cobertura do caso que se convencionou chamar de “mensalão”.
“Eu sou um dos maiores defensores da liberdade de imprensa, porque sem ela não há democracia. E não há liberdade de imprensa sem que a mídia coloque as duas versões, tanto de quem acusa como de quem é acusado. E deveria colocar na mesma página e no mesmo dia”, disse Siraque.
Fazendo uma comparação, o petista afirmou que os jornais de tevê deveriam seguir essa mesma linha editorial. “Se deu cinco minutos para o procurador-geral da República acusar pessoas do PT, teria que dar cinco minutos para as pessoas se defenderem no mesmo horário, no Jornal Nacional, e não de forma esparsa”, defendeu. Ainda sobre o tema liberdade de imprensa, ressaltou que ela não pode significar “liberdade de opinião do dono do jornal”.
Siraque avaliou que a postura da maioria da mídia brasileira se voltou para a tentativa de formar uma opinião contrária ao governo do PT. Recordou que, na época em que o caso “mensalão” se tornou foco da imprensa, “o que se desejava era um golpe de Estado contra o Governo Lula, que foi um dos melhores presidentes que este País já teve”. Destacou ainda que, mesmo com toda a campanha contrária, “Lula foi reeleito depois das acusações, Dilma foi eleita, e o Brasil caminha no rumo certo, mesmo que a ‘privataria’ tucana não deseje e não goste”.
Em seu discurso, questionou também o jornalismo produzido pela revista Veja. “Quem é a Veja? Ela defendia Carlos Cachoeira até esse dias. Publicava matérias a favor do Cachoeira e matérias negativas contra o Partido dos Trabalhadores, contra outros deputados e prefeitos”, disse Siraque.
Julgamento – Sobre o julgamento dos acusados no caso “mensalão”, Vanderlei Siraque afirmou esperar que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue a ação de forma isenta, de acordo com a Constituição, com a legislação brasileira, “de forma técnica, de acordo com aquilo que está nos autos”.
Equipe Informes