Que moral tem o ministro Paulo Guedes (Economia) para conduzir a Reforma da Previdência do Bolsonaro, que vai acabar com a aposentadoria dos trabalhadores brasileiros? O questionamento foi feito em plenário nesta quarta-feira (3), pelo deputado Paulão (PT-AL) e reforçado pelo deputado Padre João (PT-MG). Isso porque, segundo notícias nos jornais de hoje, o Tribunal de Contas da União (TCU) abriu processo para apurar suposta gestão fraudulenta nas empresas de Paulo Guedes na captação e aplicação de R$ 1 bilhão de sete fundos de pensão, a partir de 2009.
“Trata-se de uma operação que envolve o desvio de R$ 1 bilhão, em que o ministro/banqueiro Paulo Guedes era operador do mundo financeiro das fundações privadas, desde 2009. É esse cidadão que conclama o povo brasileiro para fazer sacrifício de uma reforma que penaliza os pobres e mantém privilégios para os mais ricos”, criticou Paulão.
E repetiu: “Qual a estatura moral que esse cidadão tem para comandar uma Reforma da Previdência, quando o Tribunal de Contas da União o condena no desvio acima de R$ 1 bilhão?”.
Para o deputado Padre João, a notícia que estampa a Folha de S. Paulo de que Paulo Guedes é réu em processo aberto pelo TCU, por fraude bilionária em Previdência privada “é impressionante e triste”. “O ministro, que está querendo acabar com a Previdência, acabar com a aposentadoria dos pobres, e que está acabando com os programas sociais, agora é réu. É réu por fraudes também. Então, é, no mínimo, assustador”, enfatizou.
Padre João disse que, por isso, é importante o povo brasileiro reagir contra essa Reforma da Previdência, que prejudica as mulheres, a juventude e os rurais.
Ministro quer liquidar o sistema solidário
O deputado Joseildo Ramos (PT-BA) também citou o processo do TCU contra o ministro Paulo Guedes. “E é esse ministro que propõe liquidar com o sistema solidário, contributivo, o sistema por meio do qual o nosso País toma conta do seu povo, para largá-lo na farra do rentismo aos bancos. Com que moral essa figura poderá estar proclamando esse tipo de caminho que deverá ser imposto à sociedade?”, questionou.
Na avaliação de Joseildo, esta Legislatura terá o condão, neste momento histórico, de colocar a sua digital nessas votações, “que podem resultar na ampliação da pobreza, da iniquidade, dos desajustes macroeconômicos neste País”.
Investigação no TCU
O TCU, segundo a Folha de S. Paulo, abriu processo para apurar supostas fraudes em negócios feitos por uma empresa do ministro da Economia, Paulo Guedes, com fundos de pensão patrocinados por estatais.
A investigação, em fase inicial, foi instaurada em fevereiro, a partir de uma representação do Ministério Público Federal, que já tocava dois procedimentos baseados em irregularidades apontadas pela Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar) e a Funcef (Fundação dos Economiários Federais), entidade previdenciária dos funcionários da Caixa.
Também como noticiou a própria Folha em outubro passado, a Procuradoria da República no Distrito Federal apura indícios de gestão fraudulenta ou temerária em operações para captar e aplicar, a partir de 2009, R$ 1 bilhão de sete fundos de pensão. Além da Funcef, estão entre eles Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Postalis.
Vânia Rodrigues