O presidente da Comissão da Anistia do Ministério da Justiça, Paulo Abrão Pires Júnior defendeu nesta quarta-feira (4), que o Brasil faça o mesmo que a Argentina e o Chile, e solicite formalmente ao governo dos Estados Unidos, a abertura dos arquivos secretos existentes no âmbito daquele país para que o Brasil passe a sua história a limpo.
Abrão foi um dos expositores da Mesa “Operação Condor: perspectiva histórica”, no Seminário Internacional Operação Condor, promovido pela Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça, vinculada à Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. “É condição objetiva para que a gente tenha sucesso, que o Estado e o governo brasileiro tomem a iniciativa de solicitar formalmente ao presidente e ao governo norte-americano, a abertura de toda e qualquer documentação que faça referência ao período ditatorial. Isso será bom para o Brasil e possibilitará a compreensão da nossa história”, destacou o presidente da Comissão da Anistia do Ministério da Justiça.
O artista e designer gráfico Elifas Andreato também participou do debate. Ele é a “prova viva” dos que sobreviveram à barbárie do regime militar, mas não perderam a “esperança” de resgatar a história ainda desconhecida do povo brasileiro. “Ao t rabalhar em publicações que faziam oposição ao regime militar, fui espancado, torturado e perseguido, mas reforço a tese de que faço parte de um time de vencedores, que tem a coragem de enfrentar o desconhecido”, disse o artista gráfico.
Ícone de uma geração que protestava, por meio da arte, contra a ditadura militar, Elifas Andreato foi convidado pela Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça para fazer a “logomarca” e um grande painel sobre a tortura no regime militar, que fez milhares de vítimas. O painel será instalado na Câmara, no dia 10 de dezembro, e retratará um momento “antidemocrático” do País, onde a participação popular era restrita e violado o direito de “ir e vir” previsto na Constituição Brasileira.
Ivana Figueiredo.
