Uma comitiva de sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT), chefiada pelo presidente Vagner Freitas e acompanhada por parlamentares do PT, solicitou hoje (13) ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que atue junto ao presidente Jair Bolsonaro para que seja evitado o fechamento da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP). Os sindicalistas alegam que o fechamento da empresa provocará a demissão de mais de 20 mil trabalhadores, entre os empregados diretos e outros da cadeia produtiva.
O secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, lembrou a Maia que se trata de uma questão de Estado e, por isso, deve ser abordada pelo presidente brasileiro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em encontro que terão no dia 19 próximo, em Washington.
Defesa dos trabalhadores
O líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), disse que é legítimo incluir o tema na agenda dos dois presidentes, pois, se fosse o contrário, o mandatário dos EUA faria o mesmo em defesa dos interesses de seu país. Rodrigo Maia informou que vai tratar do assunto com Bolsonaro, além de interceder por um possível encontro do presidente da República com os sindicalistas.
Sérgio Nobre lembrou que a Ford é a montadora mais antiga no País – está instalada no Brasil há 100 anos. “Resolveu fechar as portas sem dar nem tchau aos trabalhadores e ao povo de São Bernardo do Campo; é um mau exemplo para outras multinacionais”, disse o sindicalista. Para ele, é vital o governo federal interferir no processo a fim de evitar que a empresa deixe de produzir veículos no Brasil e se torne uma mera importadora da matriz.
Incentivos bilionários
Segundo o coordenador do Comitê Sindical de Empresa (CSE), José Quixabeira de Anchieta (Paraíba), nos últimos cinco anos a empresa recebeu do governo R$ 7,5 bilhões em incentivos fiscais e mais R$ 5 bilhões de créditos subsidiados do BNDES, afora os benefícios propiciadas por outras políticas do governo, como Inovar-Auto e o rota 2030.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), Wagner Santana, o Wagnão, esteve no último dia 7 com a direção da Ford mundial nos Estados Unidos, junto com Paraíba e outros sindicalistas. Lá, a multinacional deixou bem claro que não vai investir mais na planta em São Bernardo.
Além do líder Paulo Pimenta, os sindicalistas foram acompanhados pela deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), e os deputados Alexandre Padilha (PT-SP), Carlos Zarattini (PT-SP), Enio Verri (PT-PR) e Paulo Teixeira (PT-SP).
PT na Câmara