Meio ambiente: Brasil passa vergonha durante a COP 24, relatam petistas

Os deputados Nilto Tatto (PT-SP) e Leonardo Monteiro (PT-MG) afirmaram nesta terça-feira (18) que o Brasil “passou vergonha” na Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 24), realizada na Polônia entre os dias 3 e 14 de dezembro. Segundo eles, a desistência brasileira em sediar a próxima Conferência (COP 25) – por pressão do futuro presidente Jair Bolsonaro – causou desconforto entre os participantes do evento. Os dois parlamentares, integrantes da Comissão de Meio Ambiente da Câmara e da Comissão Mista de Mudanças Climáticas do Congresso Nacional, respectivamente, participaram da COP 24 representando a Câmara dos Deputados.

“Ficou ruim para o Brasil desistir de sediar a próxima COP (25) – marcada para novembro de 2019 no Brasil – depois de tudo acordado. Não pegou bem, principalmente porque nosso País assinou o Acordo de Paris se comprometendo a reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa, causado pelo desmatamento, geração de energia ou outras atividades. Infelizmente, em razão dessa desistência e diante da postura do próximo governo em relação à questão ambiental, estamos sendo olhados com desconfiança pelo restante do mundo”, declarou.

Além do prejuízo, a reputação vanguardista na redução da emissão de gases poluentes, conquistada desde a realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Eco-92) – no Rio de Janeiro – Leonardo Monteiro também apontou outros prejuízos que o País terá ao não sediar a próxima Conferência do Clima.

“Tivemos a presença de delegações de 186 países na Polônia, quase o mundo todo representado, e ficou demonstrado que a conferência é importante não apenas do ponto de vista do debate sobre assuntos do clima, mas também do ponto de vista econômico, por conta do turismo”, destacou o petista.

Segundo estimativas, ao deixar de sediar a COP 25, o Brasil abre mão de receber um público estimado em 30 mil pessoas, entre esses chefes de Estado, diplomatas, cientistas e empresários que participam do evento de olho em negócios ligados à agenda do desenvolvimento sustentável. Com a desistência do Brasil, o Chile será o país-sede da COP 25.

O governo brasileiro justificou a desistência por “restrições fiscais e orçamentárias”. Pelo Twitter, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse que sua administração abriu mão de sediar “a Conferência Climática Mundial da ONU pois custaria mais de R$ 500 milhões ao Brasil”.

COP 24– Além de a decepção com os novos rumos do Brasil relacionados à agenda ambiental, Tatto disse ainda que a resolução final da COP 24 decepcionou. “A expectativa geral era de que a COP 24 estabelecesse regras mais incisivas para o cumprimento das metas de redução da emissão de gases. Porém, a resolução final ficou muito solta. Não há ações de cobrança [de metas] sobre o que cada um dos países terá que fazer para cumprir o que foi definido no Acordo de Paris”, lamentou o parlamentar.

O Acordo de Paris (2015) é um tratado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC – sigla em inglês), que rege medidas de redução de emissão dióxido de carbono a partir de 2020.

 

Héber Carvalho

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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