Ferro “Veja deve explicar suas relações com rede criminosa de Cachoeira”

fernandoferrotribunaO vice-líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (PE),  defendeu ontem(15),  no plenário,  a convocação, pela CPI Mista do Cachoeira, do  diretor da sucursal da revista Veja em Brasília, Policarpo Junior, para explicar suas relações e o envolvimento da publicação com a rede criminosa liderada pelo contraventor Carlos Cachoeira.

 As investigações da Polícia Federal que desvendaram os tentáculos da organização criminosa de  Cachoeira  mostram claramente seus vínculos com a revista, à qual eram fornecidas gravações clandestinas para a produção de “reportagens”.

“A verdade é que a trama foi desmontada e está aí a CPMI para investigar”, disse  Ferro. Ele contestou a tentativa de Veja de mostrar que a liberdade de imprensa estaria sendo atacada.  “ Que liberdade de imprensa? A Veja faz parte do jornalismo militante de direita, que nunca teve a coragem de assumir que tem um lado político.”

Para Ferro, o semanário tem que ser chamado à CPI Mista  porque “feriu não foi a ética mas sim o  Código Penal, ao se associar com bandidos, com delinquentes, como foi identificado na Operação Monte Carlo, da Policia Federal”. Para ele, a revista se pôs a serviço do crime e a ele se associou. “A  democracia não pode admitir esse tipo de comportamento”, frisou o parlamentar.

Ferrou lembrou que Veja representa os segmentos mais reacionários da sociedade brasileira e nunca se conformou com a vitória e o sucesso dos governos do PT a partir de 2003. “ A  Veja aparece como principal interlocutora de uma tentativa golpista de sustar o avanço popular no Brasil.”

Ele lembrou que  a revista da editora Abril nunca atacou o governo FHC (1995-2002) e passou a criar a ideia de que a corrupção no Brasil foi inventada no governo Lula.  “Ora,  foi com o governo do PT que a Polícia Federal e o Ministério Público passaram a ter liberdade para investigar e pegar os ladrões. Isso é exatamente o avanço da democracia.”, disse.

CRIMINOSOS –  As interceptações telefônicas feitas ao longo das operações Vegas e Monte Carlo, da PF, mostram que Policarpo era interlocutor assíduo de Cachoeira e outros integrantes de seu esquema criminoso. O jornalista já depôs, em 2005, no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, em defesa de Cachoeira.

Para Ferro, é a oportunidade de se passar a limpo as relações  entre imprensa e fontes. “Por isso defendemos que essa apuração se aprofunde. Não estamos pedindo para facilitar para político de partido que seja, quem tiver envolvimento tem que responder. É assim a democracia. E não tem jornalismo acima da lei também não, todos são iguais perante a lei. Políticos e jornalistas, se tiverem de prestar contas, têm que prestar contas.”

Ferro elogiou também o editorial intitulado  “Eternos chapa-branca”, da revista Carta Capital desta semana, no qual o jornalista Mino Carta critica a grande mídia por defender a revista Veja e e seu intimo relacionamento com a rede criminosa liderada pelo contraventor goiano Carlos Cachoeira.

Ferro pediu que o texto seja inserido nos Anais da Câmara, já que questiona o corporativismo dos barões da mídia, numa atitude que contraria os preceitos da democracia. 

Equipe PT na Câmara

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