A escolha do embaixador Ernesto Araújo para chefiar o ministério das Relações Exteriores no governo de Jair Bolsonaro tem assustado a imprensa internacional e colocado o Brasil como alvo de chacotas e achincalhamentos.
As críticas não estão relacionadas ao fato de a escolha do futuro chanceler ter ocorrido após indicação de um autointitulado filósofo sem formação acadêmica – Olavo de Carvalho, guru ideológico da família Bolsonaro – ou ainda porque o novo chefe da diplomacia brasileira é um servidor do terceiro escalão do Itamaraty (é chefe do Departamento de Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos). A cobertura negativa tem se dado fundamentalmente pelas ideias “exóticas” do novo chanceler, expressadas em seu blog de militância político-partidária (https://www.metapoliticabrasil.com).
No caso do diplomata Ernesto Araújo, inúmeros textos de orientação de extrema-direita com toques de fanatismo religioso podem ser lidos no blog. Lá é possível ver que o futuro ministro defende o alinhamento servil do Brasil aos interesses norte-americanos, além de uma idolatria ao presidente Donald Trump, tratado pelo diplomata como uma espécie de “Redentor dos Valores Ocidentais”.
São constantes no blog também os ataques a um suposto “marxismo cultural” que pretende dominar os destinos da humanidade. Também causa espanto a comunidade internacional a negação de evidências científicas como o fenômeno de mudanças climáticas, denunciado por Araújo como um “dogma” oriundo de uma “perversão da esquerda”.
Confira abaixo a repercussão internacional sobre a escolha e as ideias do chanceler de Bolsonaro:
Clarín (Argentina): Um artigo do futuro chanceler de Jair Bolsonaro sobre Europa gera cautela na UE
Clarín (Argentina): Futuro chanceler do Brasil, Ernesto Araújo é um diplomata conservador e ferrenho crítico da globalização
El País (Espanha): Ernesto Araújo, o chanceler de Bolsonoro que se espelha em Trump
Público (Portugal): Ministro das Relações Exteriores de Bolsonaro é diplomata e “trumpista”
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