A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM) realiza audiência pública nesta quarta-feira para analisar estudos sobre os transtornos de personalidade e avaliar as consequências desse tipo de comportamento nas violações de direitos na sociedade. A iniciativa do debate marcado para as 14h, no plenário 9, é do deputado Luiz Couto (PT-PB), presidente do colegiado.
Doença que provoca atitudes como o desrespeito e violação de direitos das outras pessoas, a psicopatia, também chamada de sociopatia ou transtorno de personalidade antissocial, pode ter início ainda na infância ou na adolescência do paciente e continuar na fase adulta. Segundo os especialistas, até 3% da população mundial é composta de psicopatas, e eles reincidem na criminalidade três vezes mais que bandidos comuns. Para receber esse diagnóstico, o paciente deve ter pelo menos 18 anos e uma história de transtorno de conduta antes dos 15 anos.
Segundo o psiquiatra e professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (SP), Geraldo José Ballone, no Brasil os transtornos de personalidade atingem mais de cinco milhões de pessoas das mais variadas profissões e classes sociais. Todas sofrem do mesmo problema: total ausência de compaixão, nenhuma culpa pelo que fazem ou medo de serem punidos. Um estudo feito pelo médico também aponta que esses pacientes têm inteligência acima da média e habilidade para manipular o que está a sua volta.
Luiz Couto explica que o indivíduo adulto com o chamado transtorno da personalidade antissocial tem como características principais o engodo e a manipulação. “Já em quem apresenta o transtorno da conduta na infância, acontece um padrão de comportamento repetitivo e persistente, com a violação dos direitos básicos dos outros, de normas e regras sociais importantes e adequadas à idade”, completa o deputado.
O presidente da CDHM detalha ainda o perigo que essa doença representa. “Há vários níveis de psicopatia, sempre diagnosticados pelos especialistas em transtornos mentais e comportamentais, e as pessoas com esses transtornos são responsáveis por violações de direitos alheios, além de tortura física e mental e até assassinatos”, alerta.
Debatedores – Para debater o tema a CDHM convidou a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, autora do livro “Mentes Perigosas”, a médica Hilda Morana, coordenadora do Departamento de Psiquiatria Forense da Associação Brasileira de Psiquiatria, o defensor público federal Vinícius Monteiro de Barros, juliana Ferrreira da Silva, do Conselho Federal de Psicologia e o psicólogo Astronadc Pereira de Moraes.
Assessoria de imprensa da CDHM