8 de janeiro de 2023: a democracia vence a fracassada tentativa de golpe

O terrorismo bolsonarista depredou Brasília, mas a democracia não sucumbiu. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil-Arquivo

Há um ano, em 8 de janeiro de 2023, o fantasma de golpe voltou a assombrar a democracia brasileira. Golpistas de extrema direita – todos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro – perpetraram atentados contra os Três Poderes. Com imagens transmitidas para o Brasil e ao mundo, os invasores deixaram para trás um rastro de destruição.

Nesta segunda-feira (8/1), os presidentes Lula, Rodrigo Pacheco (Congresso Nacional) e Luís Roberto Barroso (STF) promovem o ato Democracia Inabalada, às 15h, no Salão Negro do Congresso Nacional, para lembrar a data do atentado à democracia brasileira.

Após as eleições de 2022 declararem a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, seguidores bolsonaristas, inflamados pelo discurso golpista de Bolsonaro e seus aliados, se recusaram a aceitar o resultado das urnas. Acampados em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, pediam intervenção militar.

Invasão e depredação

No domingo fatídico, esses manifestantes golpistas desceram em direção à Esplanada dos Ministérios, invadiram e depredaram os prédios do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional. Vidraças foram quebradas, obras de arte destruídas e roubadas, salas de lideranças partidárias incendiadas, policiais agredidos, ou seja, uma série de barbaridades cometidas por aqueles que se denominavam “cidadãos de bem”.

Lula e o poder das instituições

No dia seguinte, em um ato simbólico de resistência, o presidente Lula, representantes dos 27 estados do País e os líderes dos demais poderes desceram juntos a rampa do Palácio do Planalto. Caminharam pela Praça dos Três Poderes, dirigiram-se à sede do STF, onde reafirmaram não apenas a força da democracia, mas também um compromisso inabalável com as instituições que a sustentam.

A reconstrução das sedes dos Três Poderes começou logo em seguida, mostrando que a democracia não se curvaria aos extremistas. Em vídeo divulgado no dia 9 de janeiro, a primeira-dama, Janja da Silva, mostrou o trabalho de limpeza e restauração da ordem no Palácio do Planalto. A sede do Executivo – que teve vidros quebrados, obras de artes depredadas e itens roubados pelos vândalos – sofreu um prejuízo de R$ 4,3 milhões. Já em maio, o presidente Lula determinou a retirada das grades de proteção ao redor do Planalto.

Lula, ministros do STF e governadores desceram a rampa do Planalto e foram juntos ao prédio da Suprema Corte. Foto: Ricardo Stuckert/Arquivo

Suprema Corte

Os vândalos bolsonaristas – ao invadirem do STF – depredaram o plenário, arrancaram as cadeiras dos ministros, quebraram vidraças e móveis, além de vandalizarem obras de arte e objetos históricos. Para a presidente da Suprema Corte à época, ministra Rosa Weber, a depredação teve efeito contrário e ajudou a fortalecer a democracia.

Três meses após a invasão, em 18 de abril, a presidente do STF anunciou a conclusão das obras de reconstrução total do segundo pavimento do prédio principal, que havia sido danificado.

Plenário do STF destruído pelos vândalos. Foto: Carlos Moura/SCO/STF

Liderança do PT

O gabinete da Liderança do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados foi incendiado e depredado. Todos os computadores, impressoras, televisores e aparelhos telefônicos danificados, assim como todos os mobiliários, quadros e vidraças internas e externas. Tudo foi destruído pelos terroristas.

No dia 30 de janeiro, a sala que o PT ocupa há 42 anos, foi reinaugurada em clima de festa e de reafirmação da luta do Partido em defesa do povo brasileiro. A solenidade contou com a participação de líderes e ex-líderes petistas, ministros e dezenas de parlamentares, além de lideranças de movimentos sociais e de militantes. O líder da época, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), ressaltou que a escolha das instalações do PT para a quebradeira não ocorreu por acaso.

Reginaldo Lopes, líder à época, na frente da sala da Liderança do PT, que teve vidraças quebradas. Foto: Lula Marques/Arquivo

Já o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), que estava assumindo a liderança da Bancada, disse que o dia da reinauguração “entra para a história como o dia em que provamos mais uma vez a nossa capacidade de resistência e resiliência, ao conseguirmos nos reerguer dos duros ataques e da tentativa de golpe ocorrida com os ataques às sedes dos Três Poderes”.

Líder petista Zeca Dirceu e parlamentares, na reinauguração da Liderança. Foto: Gustavo Bezerra/Arquivo

Congresso Nacional

No Congresso Nacional vidros foram quebrados, obras de arte estragadas, móveis danificados e até incêndio. Os terroristas também conseguiram chegar ao Salão Verde da Câmara dos Deputados, área que dá acesso ao plenário da Casa.

Em apenas 30 dias, os vidros foram trocados, espelhos reinstalados, carpetes substituídos e obras de arte restauradas. Era preciso deixar a Casa em condições para a posse dos novos senadores e dos deputados e deputadas, em 1º de fevereiro.

Vidros do Salão Negro do Congresso Nacional foram destruídos. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Condenações

Cerca de duas mil pessoas foram presas pelas forças policiais em decorrência dos eventos relacionados aos atos do dia 8. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelas investigações sobre as invasões, determinou a prisão de 1,4 mil bolsonaristas. Desde então, a maioria foi solta e responde a processo em liberdade, mas ainda há detidos que aguardam a conclusão de procedimentos judiciais.

Até agora, o STF condenou 30 pessoas por participação nos atos. As penas vão de 3 anos a 17 anos de prisão.

CPMI do Golpe

O Congresso Nacional instalou uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os atos do dia 8. Após cinco meses de trabalho, a Comissão aprovou o relatório apresentado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) por 20 votos favoráveis e 11 contrários. O documento propõe o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de 60 aliados do ex-presidente pelo “maior ataque à democracia de nossa história recente”.

Os parlamentares do PT Rubens Pereira Jr (MA), Rogério Correia (MG), Adriana Accorsi (GO) e Carlos Veras (PE) foram essenciais para que os responsáveis e mentores da tentativa de golpe contra a democracia fossem responsabilizados.

Unir e reconstruir

Após um ano, a democracia continua viva e pulsante na sociedade brasileira. Com o Governo Lula, os poderes constituídos são respeitados, inclusive a imprensa, tão desmoralizada pelo antigo governo. Com a missão de unir e reconstruir o País, Lula demonstrou ser um verdadeiro defensor da democracia, governando com colaboração e inclusão, ao promover uma visão que respeita e integra diversas vozes políticas em prol do Brasil.

Rubens Pereira Jr., Rogério Correia, Carlos Veras e Adriana Accorsi representaram o PT na Câmara na CPMI. Fotos: Alessandro Dantas/Thiago Coelho e Gabriel Paiva

 

Lorena Vale, com agências

 

 

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