353 mil mortos: Só lockdown para frear essa escalada de mortes, defende Jorge Solla

É recorrente as informações que apontam que o Brasil tem seu pior momento na pandemia. Só ontem (11), segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o País registrou o pior número para um domingo, atingindo a marca de 1. 803 mortes por Covid-19 em 24 horas. A taxa semanal ultrapassa a casa de 3 mil vidas perdidas e, atualmente, atinge 353 mil óbitos por coronavírus, desde o início da pandemia.

A falta de vacina, de insumos, de oxigênio, e sem leitos de UTI em várias regiões do País, pode ampliar e agravar esse quadro de infecção e mortes. Para o deputado Jorge Solla (PT-BA), a solução que se apresenta é a adoção de bloqueio total de circulação dos cidadãos.

“Infelizmente, a única solução possível hoje para frear essa escalada de mortes é lockdown. E só é possível fazer lockdown com auxílio emergencial de R$ 600 e R$ 1,2 mil e programa de preservação de empregos, como fizemos no ano passado”, defende o parlamentar.

Para Solla, diante da postura adotada por Bolsonaro e sua equipe, desde o início do quadro pandêmico que assola o Brasil, “não há perspectiva desse governo de dar essas condições econômicas para fazermos lockdown”.

“Hoje, efetivamente, precisamos obrigar o governo a agir contra sua vontade. E isso só é possível com manifestações populares. Pressão. Somamos todos os dias quase 4 mil novas vítimas desse genocídio, tá na hora de reagir”, recomendou.

Deputado Jorge Solla. Foto: Gustavo Bezerra/Arquivo

Falta de financiamento

O problema ocasionado pela escassez no número de leitos no Brasil também foi apontado pelo parlamentar. Solla explicou que a ampliação no número de leitos no País esbarra não só na falta de financiamento por parte do Ministério da Saúde, “mas também por uma dificuldade objetiva de falta de profissionais e de insumos fundamentais, como oxigênio e medicamentos para intubação”.

Roleta russa

Solla acredita que o debate sobre a pandemia não pode estar direcionado à quantidade de leitos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Ele lembrou que mesmo a Alemanha – país no planeta com maior número de leitos de UTI por habitantes – teve de fazer lockdown.

“Ter mais leitos de UTI disponíveis não é sinônimo de garantia de tratamento que salve a vida do paciente em estado grave. Pesquisa da Fiocruz já mostra que 80% de quem precisou de intubação acabou falecendo. Não é essa roleta russa que queremos para o povo brasileiro”, afirmou.

Crise de desabastecimento

Jorge Solla avalia que um dos problemas apresentados pela crise pandêmica se relaciona aos insumos básicos para atender os leitos que já existem. “É real e iminente a crise nacional de desabastecimento de oxigênio dos leitos que temos hoje e de medicamentos para intubação. É nesse front que a gestão do SUS tem de trabalhar, garantindo os insumos que podem salvar vidas”, defendeu.

Mobilização popular

O deputado enfatizou que a crise sanitária recomenda prudência para evitar ainda mais infecções e mortes, evitando aglomerações. Como forma de o povo brasileiro reagir ao descaso e negacionismo do governo Bolsonaro, Solla sugeriu que as pessoas façam panelaços diários, carreatas em cada cidade desse País, além de espalhar faixas nas janelas. “É preciso ser criativo para expressar a revolta. Não dá para esperar a vacina para começar a reagir”, sentenciou Jorge Solla.

 

Benildes Rodrigues

 

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