1º de Maio: vida, vacina e emprego

É certo que o movimento sindical estará na trincheira da necessária reconstrução nacional.

 

VÁRIOS AUTORES (nomes ao final do texto)

As centrais sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, CGTB, Intersindical e Pública darão um exemplo de unidade e solidariedade neste 1º de Maio. Farão o ato do Dia Internacional do Trabalhador, sob a pandemia de Covid-19, pelo segundo ano consecutivo, de forma unitária e propositiva. Por isso, repetirão o formato virtual.

Este 1º de Maio encontra o país em um dos momentos mais trágicos da sua história recente, com 400 mil vidas perdidas, principalmente devido ao descaso do governo federal, com alto índice de desemprego e volta da fome em milhões de lares.

O 1º de Maio ficará marcado, também, pela capacidade de resistência e enfrentamento da classe trabalhadora. O tema é: “Pela Vida – Democracia, Emprego e Vacina para Todos”. Reafirmamos ainda a importância da luta pelo auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia.

Em nossa atual sociedade, forjada pela lógica do mercado, o Dia do Trabalhador alcança um significado especial sob o signo da distribuição de renda e oportunidades para todos. Por isso, é importante resgatar essas raízes cravadas na manifestação de trabalhadores de Chicago, nos EUA, em 1886, pela redução da jornada de trabalho para oito horas. Aquela manifestação foi reprimida com violência pela polícia, que feriu dezenas e matou 11 trabalhadores.

Frisamos que essa luta não cabe em um só dia. Ela é intrínseca ao trabalhador no embate entre os interesses conflitantes que movem a sociedade. A grande importância do dia 1º de Maio se dá por ele ser uma oportunidade de reflexão, expressão e exaltação dessa luta que nunca cessa.

No Dia Internacional do Trabalhador resgatamos, dessa forma, a luta dos trabalhadores de Chicago, reafirmando nossas bandeiras de luta. A grande importância do dia 1º de Maio acontece pela oportunidade de reflexão, solidariedade com distribuição de alimentos, expressão e exaltação dessa luta em busca de sociedade com emprego, aposentadoria digna e renda para todos.

Nesses 135 anos do Dia Internacional do Trabalhador, nossas organizações cresceram e se fortaleceram. Resultado da luta do movimento sindical, o trabalhador de 2021 tem mais direitos e mais representações do que o de 1886.

Hoje é urgente aprofundar reflexões que passam por um surto de incertezas ao presenciarmos uma completa desconexão entre os anseios dos trabalhadores e as atitudes do governo. Queremos incidir na conjuntura porque é na política e na elaboração das leis que se concretizam os nossos direitos. E não recuaremos frente à indiferença deste governo. Ao contrário, insistiremos no diálogo com todos aqueles que defendem a democracia e que estão abertos a nos ouvir.

Sabemos o quanto a gravidade da atual situação exige que superemos nossas próprias barreiras e dificuldades. Mas avançaremos nisso também. Não desistiremos: assim como temos mais direitos e somos mais fortes do que há 135 anos, também somos mais maduros e abertos ao diálogo, uma vez que isso só fortalece o conjunto dos trabalhadores.

Mas aqueles que se beneficiam da exploração e precarização do trabalho, infelizmente ganharam espaço no Brasil, nos últimos anos, devido a um governo que não dialoga com a sociedade —por isso, nossa ação se faz ainda mais forte e necessária.

É urgente aprofundar reflexões que passam por um surto de incertezas ao presenciarmos uma forte assimetria entre os anseios dos trabalhadores e as ações do governo federal. Queremos incidir na conjuntura, porque é na política e na elaboração das leis que se concretizam os nossos direitos.

Com a ameaça constante à democracia por parte de Bolsonaro, precisamos reunir os mais amplos setores democráticos para impedir a instalação de uma ditadura no país. Por isso defendemos a união de forças democráticas para derrotar o fascismo e o genocídio que nos está sendo imposto pelo governo atual.

Sob essas bases, as centrais farão um 1º de Maio unitário em live com dirigentes sindicais, lideranças políticas, religiosas e de movimentos sociais, além de entidades sindicais internacionais

Trata-se de um dia de celebração sim, mas também de uma data para refirmar a necessidade constante de luta e de resistência por um Brasil mais justo e digno.

Viva o Dia do Trabalhador. Viva o emprego. Viva a vida. Viva o Brasil.

Sérgio Nobre
Presidente da CUT

Miguel Torres
Presidente da Força Sindical

Ricardo Patah
Presidente da UGT

Adilson Araújo
Presidente da CTB

José Reginaldo
Presidente da NCST

Antonio Neto
Presidente da CSB

Edson Carneiro (Índio)
Secretário-geral da Intersindical

José Gozze
Presidente da Pública Central do Servidor

Ubiraci Dantas
Presidente da CGTB

Artigo publicado na Folha de São Paulo em 01/05/2021

 

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