Em entrevista à rádio A Tarde, de Salvador (BA), nesta quarta-feira (20), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o presidente Jair Bolsonaro deve dar um auxílio de R$ 600 para os brasileiros pobres que passam por dificuldades. Ele lembrou que PT, há mais de cinco meses, pediu que o valor do auxílio se fixasse em R$ 600 e, além disso, o partido mandou uma proposta para a Câmara dos Deputados de um novo Bolsa Família, também no valor dos R$ 600. O ex-presidente disse não se importar que Bolsonaro possa tirar proveito eleitoral do auxílio, porque o povo merece receber o dinheiro.
“Estou vendo agora que Bolsonaro vai dar um auxílio emergencial de R$ 400 que vai durar até o final do ano que vem. Muita gente diz que a gente não pode aceitar porque é um auxílio emergencial eleitoral. Não, não penso assim. Faz mais de cinco meses que o PT pediu um auxílio emergencial de R$ 600, aliás, o PT pediu e mandou uma proposta para a Câmara dos Deputados de um novo bolsa família de R$ 600. Então, o que nós queremos é que o Bolsonaro dê um auxílio emergencial de R$ 600. Ele vai tentar tirar proveito disso? É problema dele. Se alguém acha que vai ganhar o povo porque vai dar um auxílio emergencial de R$ 600, paciência. Eu acho que o povo merece os R$ 600 e acho que ele tem que dar e nós já reivindicamos isso”, disse o Lula.
Na entrevista, Lula disse ainda que está trabalhando num plano de reconstrução do Brasil, um plano que coloque o pobre o orçamento. “Precisamos apresentar para a sociedade brasileira que tipo de política nós precisamos fazer de desenvolvimento para que o Brasil possa retomar aquilo que ele já foi”, afirmou. O ex-presidente disse ser plenamente possível fazer “uma coisa mais saudável, mais civilizada, pensar nas pessoas mais humildes”.
“Eu não acredito em nenhum modelo econômico que não coloque o pobre dentro do orçamento. Eu provei que o pobre não é problema, é solução”, disse, acrescentando que está muito otimista com a perspectiva de voltar a fazer o povo sorrir outra vez de alegria.
Questionado sobre polarização na política, o ex-presidente afirmou que é importante o Brasil recuperar o sentimento da civilidade. Para Lula, o ódio na política começou após a derrota do PSDB nas eleições de 2014 e se agravou com o golpe na ex-presidenta Dilma Rousseff.
“Você pode ter um adversário político e se cumprimentarem de forma civilizada. É assim que deve ser a política. Acontece que foi estabelecido um ódio e isso não existia no Brasil. Essa guerra começou a ser estabelecida quando Aécio Neves perdeu para Dilma Rousseff (2014) e não aceitou a derrota eleitoral, e aumentou com o golpe contra a Dilma. Agora temos que voltar à normalidade”.
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